quinta-feira, dezembro 30, 2004
terça-feira, dezembro 28, 2004
segunda-feira, dezembro 27, 2004
Até 2005!
domingo, dezembro 26, 2004
fogos de passagem de ano
Oi todo mundo.
Acabaram-se minhas curtas férias familiares.
Já andei fuçando no header do blog. Quem não viu a mudança, dê um refresh no browser.
Beijos.
sábado, dezembro 25, 2004
sexta-feira, dezembro 24, 2004
Dica 2
Eu sou fascinada por esses labirintos.
Esse foi o primeiro que eu vi.
Na verdade eu ia entrar no Duomo, vi a figura e bati a foto. Só depois com a foto revelada é que eu fui ver que se trata de um labirinto unilinear.
Esses labirintos não são para vc se perder, como o do filme "O Iluminado", mas para vc se achar. A idéia é que vc siga a linha que segue tortuosamente até o centro e volte. Representam uma peregrinação interior. Vai ao centro e volta.
Esse que tem uns 50 cm de diâmetro vc peregrina com o dedo sem sair do lugar.
O labirinto da Catedral de Chartres é grande o bastante para caminhar em cima.
O diagrama ficou pequeno mas experimenta passar a setinha do mouse pela linha do labirinto.
Dica 1
quinta-feira, dezembro 23, 2004
quarta-feira, dezembro 22, 2004
BRAVO DRAKE !!!!!!
terça-feira, dezembro 21, 2004
Minha mãe e meu tio tentando matar um ao outro na véspera de natal de 1954.
Talvez seja de família, mas eu não gosto muito de natal.
Tem muita ansiedade e stress no ar.
Não tem espírito natalino que resista ao trânsito caótico de fim-de-ano ou a buscar uma vaga em shopping. Supermercado então...
Muita família junta, a sua família e a família dos outros.
Tranqüilidade só aqui no blog.
Até amanhã!
segunda-feira, dezembro 20, 2004
Para o quê essas senhoras estão olhando?
domingo, dezembro 19, 2004
Para os que ainda não desligaram os computadores.
Fim de ano e eu tenho uma lista de agradecimentos para fazer.
Começando pela Isaura por ter dado o pontapé inicial para que o reencontro acontecesse.
Ao D´euboux pela criação do Yahoofauusp1984.
Ao Gallo pelo espaço reservado para nós no Contrunet.
À Lúcia, Charles e Silvia pelo FAUNOAR.
À Carmen pela organização da Grande Festa.
À Silvia pelos Fauítos.
À Lúcia e co-autores pelas novelas.
Ao Alexandre por transformar a novela em papel impresso.
E a todos os que marcaram presença virtualmente nos sites do grupo ou pessoalmente nos encontros.
Agradeço a todos vcs por terem marcado e dado um tempero todo especial ao meu ano 2004.
Que 2005 seja tão divertido como este ano foi!
...e que as ameaças da Lúcia em continuar a novela se concretizem.
Beijos
sexta-feira, dezembro 17, 2004
Festas Festas!
Queridos!
Também vou desligar os computadores e só ligar em casos emergenciais. (Quem me conhece bem sabe que isso exige um esforço enoooorme!). Vou tentar descansar um pouco.
Sem dúvida alguma, o melhor de 2004 foi o nosso reencontro e espero, mesmo, que em 2005 os laços permaneçam, se estreitem, e que muita conversa possa ser jogada fora em novelas, discussões arquitetônicas, cinematográficas, sociológicas, filosóficas e que role bastante besteirol também! Muitas Happys e festa! Com dança, por favor!
Que os meninos continuem ótimos e as meninas cada vez mais lindas, peitudas, bundudas e gostoséééésimas!
Beijos gerais.
quinta-feira, dezembro 16, 2004
Dok on vacations
Queridos,
Dok sairá em curtíssimas férias - deixando obra e tudo o mais por uma semana.
Ao retornar, será já véspera de natal e a muvuca familiar dele e de todos estará comendo solta.
Cuidado com os pungistas - sim, eles ainda existem, e trabalham aos pares e trios; que gente colaborativa, não ? Resultado da insistência de nosso sistema educacional para que aprendêssemos a trabalhar em equipe.
Sendo assim, desejo a todos muito boas festas, muvucas, paradinhas e paradonass, baladas e saideiras e fico na saudades até 2005, quando voltaremos a nos encontrar, beber, falar, falar, falar, e tudo o mais.
Saúde!
Dok sairá em curtíssimas férias - deixando obra e tudo o mais por uma semana.
Ao retornar, será já véspera de natal e a muvuca familiar dele e de todos estará comendo solta.
Cuidado com os pungistas - sim, eles ainda existem, e trabalham aos pares e trios; que gente colaborativa, não ? Resultado da insistência de nosso sistema educacional para que aprendêssemos a trabalhar em equipe.
Sendo assim, desejo a todos muito boas festas, muvucas, paradinhas e paradonass, baladas e saideiras e fico na saudades até 2005, quando voltaremos a nos encontrar, beber, falar, falar, falar, e tudo o mais.
Saúde!
meu amigo Oscar
Então tá. Velhinhos.
Ora, não é toda hora que podemos nos transportar no tempo e reviver discussões tão antigas como essa de par místico sociologia - arquitetura.
Muitos vão dizer: Veja bem, a arquitetura interfere [ ou cria ] em nosso cotidiano, desenha espaços urbanos e edificados, públicos e privados, se impõe de uma forma quem sabe demasiadamente perene, que tem mesmo que ser tratada como sociologia. Tem ?
E a sociologia e a medicina ? Sociologia e economia ? Sociologia e Administração ? Sociologia e ...
::
Dá prá pegar qualquer par de assuntos nesse mundão e achar associações importantes, essenciais, quintessenciais, místicas, racionais, emocionais, o que for. Assim é que se constróem nossos curriculos universitários monstruosos: livre associação.
Assim é que qualquer professor ou professorzinho conclui, depois d'algum tempo, que sua cadeira é central para a correta compreensão das coisas. Assim é que, na falta de um projeto [ entenda-se projeto como o conjunto necessidades-objetivos-meios-planos ] desintegramos alguns assuntos em dezenas de assuntinhos [ matérias-cadeiras-disciplinas ] num processo que parece analítico, mas é um processo de desmembramento, apenas.
Depois, saimos correndo atrás de integrações.
::
Antes de voltar ao meu amigo Oscar. Tá havendo uma discussão enorme, embora de bastidor, sobre a criação da Ancinave, a substituir o Ancine. Trata-se de uma agencia reguladora, normatizadora, gestora e o que mais, das atividades de cinema e tv. Outra história de antanho, como dizia o Jabor. Depois de cinqüenta anos, continuamos a discutir os mesmos assuntos. estranho paralelo com a arquitetura e nosso amigo Oscar.
::
Todos conhecemos o Farias, cineasta que, antes da adesão ao Cinema Novo, realizou Assalto ao Trem Pagador, um dos filmes mais notáveis. Isso basta para situar sua produção inteira no mesmo nível ?
Ora, Oscar realizou edifícios interessantíssimos, como o Copan. Não pela forma ondulada, mas pela ordenação de seus espaços [ há quem prefira ambientes ou compartimentos ], circulações, implantação inteligente em se considerando a massa de edifícios que o cercaria. A própria forma pode ser considerada menos pelos aspectos plásticos e mais pelo feliz resultado dos recuos generosos e sua consequente insolação e ventilação.
Seria razoável projetá-lo assim hoje ?
Suas escadarias oferecem a devida proteção em incêndios ?
Seu zoneamento misto [ vários padrões econômicos ] é viável ou reflete uma postura ideológica ?
.
Sua obra é, então, inconteste ?
Podemos deixar essa pergunta de lado, se nosso gosto pessoal se afina ou não com suas obras ?
Será possível, ao menos entre arquitetos, que se discuta os edifícios e não a pessoa ?
Será que, exercitando uma separação entre a crítica arquitetônica e a crítica de costumes, venhamos a contribuir para a educação de nossos [ públicos-clientelas-usuários-alunos ] ?
.
:.
A diferença entre um filme e um edifício, ou uma cidade, é que um filme sempre pode ser retirado de cartaz. Um edifício, bem...
Ora, não é toda hora que podemos nos transportar no tempo e reviver discussões tão antigas como essa de par místico sociologia - arquitetura.
Muitos vão dizer: Veja bem, a arquitetura interfere [ ou cria ] em nosso cotidiano, desenha espaços urbanos e edificados, públicos e privados, se impõe de uma forma quem sabe demasiadamente perene, que tem mesmo que ser tratada como sociologia. Tem ?
E a sociologia e a medicina ? Sociologia e economia ? Sociologia e Administração ? Sociologia e ...
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Dá prá pegar qualquer par de assuntos nesse mundão e achar associações importantes, essenciais, quintessenciais, místicas, racionais, emocionais, o que for. Assim é que se constróem nossos curriculos universitários monstruosos: livre associação.
Assim é que qualquer professor ou professorzinho conclui, depois d'algum tempo, que sua cadeira é central para a correta compreensão das coisas. Assim é que, na falta de um projeto [ entenda-se projeto como o conjunto necessidades-objetivos-meios-planos ] desintegramos alguns assuntos em dezenas de assuntinhos [ matérias-cadeiras-disciplinas ] num processo que parece analítico, mas é um processo de desmembramento, apenas.
Depois, saimos correndo atrás de integrações.
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Antes de voltar ao meu amigo Oscar. Tá havendo uma discussão enorme, embora de bastidor, sobre a criação da Ancinave, a substituir o Ancine. Trata-se de uma agencia reguladora, normatizadora, gestora e o que mais, das atividades de cinema e tv. Outra história de antanho, como dizia o Jabor. Depois de cinqüenta anos, continuamos a discutir os mesmos assuntos. estranho paralelo com a arquitetura e nosso amigo Oscar.
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Todos conhecemos o Farias, cineasta que, antes da adesão ao Cinema Novo, realizou Assalto ao Trem Pagador, um dos filmes mais notáveis. Isso basta para situar sua produção inteira no mesmo nível ?
Ora, Oscar realizou edifícios interessantíssimos, como o Copan. Não pela forma ondulada, mas pela ordenação de seus espaços [ há quem prefira ambientes ou compartimentos ], circulações, implantação inteligente em se considerando a massa de edifícios que o cercaria. A própria forma pode ser considerada menos pelos aspectos plásticos e mais pelo feliz resultado dos recuos generosos e sua consequente insolação e ventilação.
Seria razoável projetá-lo assim hoje ?
Suas escadarias oferecem a devida proteção em incêndios ?
Seu zoneamento misto [ vários padrões econômicos ] é viável ou reflete uma postura ideológica ?
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Sua obra é, então, inconteste ?
Podemos deixar essa pergunta de lado, se nosso gosto pessoal se afina ou não com suas obras ?
Será possível, ao menos entre arquitetos, que se discuta os edifícios e não a pessoa ?
Será que, exercitando uma separação entre a crítica arquitetônica e a crítica de costumes, venhamos a contribuir para a educação de nossos [ públicos-clientelas-usuários-alunos ] ?
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A diferença entre um filme e um edifício, ou uma cidade, é que um filme sempre pode ser retirado de cartaz. Um edifício, bem...
Oscar (por Alexandre Moreira)
Oscar
Não queria entrar no assunto mas não dá.
Primeiro o cara é demais. Nasceu no Rio e viveu numa época que a cidade era maravilhosa até não poder mais. Familia classe média numa sociedade que temperava uma paisagem natural estupefaciente. O Rio sempre foi mais cosmopolita que São Paulo, o que ajudou ainda mais. Além do que o Rio era Capital. Lembram?
Não queria entrar no assunto mas não dá.
Primeiro o cara é demais. Nasceu no Rio e viveu numa época que a cidade era maravilhosa até não poder mais. Familia classe média numa sociedade que temperava uma paisagem natural estupefaciente. O Rio sempre foi mais cosmopolita que São Paulo, o que ajudou ainda mais. Além do que o Rio era Capital. Lembram?
Meus caros paulistas que me perdoem, mas os iatistas hão de concordar comigo que o rio de janeiro continua lindo. Bem, fechando parenteses, virou arquiteto, comunista ateu no Rio de Janeiro, fazendo projetos para o “stablishment” sem nenhuma vergonha. Sem teto, sem terra, autoconstrução, nada disso tem haver com a vaidade (meu pecado favorito,-já dizia o diabo naquele filme.*) de artista que consome o Oscar. Entre amigos falavamos, Oscar Ninguém Malha ilustrando este mal perene na cultura acrítica do brazil que tende a criar seus deusinhos desesperados principalmente nesta escola que se fez no Brasil de misturar ideologia com arquitetura; fazendo da primeira passaporte de qualidade irrefutável para a segunda. Bem, temos aí hoje que lidar com uma arquitetura esquizofrênica que tenta se literaturizar (eu sou a Expressão do prédio ideológicamente correto, etc, etc.) e lida muito porcamente com a linguagem da arquitetura em si. “As curvas da mulher brasileira me inspiraram” AH!!! Faça me o favor! Arruma um discursso menos bobinho para justificar a arbitrariedade com que lida com as formas na arquitetura. Eu acho um cara um felizardo como já disse. Fe(a)z o que quiz(er). Comunista trabalhando para General ditador, para “mineirinho imperialista”, ateu que controi catedral no planalto central e, pensando aqui comigo, acho que deviamos todos começar a xingar cliente, que iamos ganhar mais. Concordam? De novo o felizardo: Exilado em Paris fazendo arquitetura no primeiro mundo e achando ruim (que tortura!!). É, parece inveja... mas é para ter não é? Há ele fez como quiz um monte de prédios na capital do maior pais da America do Sul..é mole? Existe um livro do Charles Jenks que tem um ensaio interessante sobre Brasília, é uma crítica, das poucas sérias que eu vi sobre e o Oscar vai para.....Paris!
Alexandre A. Moreira
Kivas Arquitetura
Sao Paulo - Brasil
Alexandre A. Moreira
Kivas Arquitetura
Sao Paulo - Brasil
quarta-feira, dezembro 15, 2004
pode falar de arquitetura?
Gente,
Essa coisa de ter dois blogs é a maior zona. É como ter dois filhos, o Dok deve me entender, e como o blog de lá depende só de mim e no de cá existem outras mães e pais (lá sou mãe solteira) eu acabo indo mais para lá do que para lá.
Mas como eu ando impressionadíssima com toda essa polêmica em torno do nosso colega Oscar Niemeyer, como ontem eu coloquei dois posts no "frankamente" falando dele, como a minha amiga blogueira Sheila colocou hoje um texto enorme sobre esse assunto no blog dela "Quando, onde, como"(vão ver, é bem lega - quer dizer, ela deu a opinião dela...l) e como eu vou colocar outra coisa sobre esse assunto hoje, não resisti e resolvi perguntar uma coisa aqui:
Algum de vocês, algum dia, teve o Niemeyer como ídolo?
Essa coisa de ter dois blogs é a maior zona. É como ter dois filhos, o Dok deve me entender, e como o blog de lá depende só de mim e no de cá existem outras mães e pais (lá sou mãe solteira) eu acabo indo mais para lá do que para lá.
Mas como eu ando impressionadíssima com toda essa polêmica em torno do nosso colega Oscar Niemeyer, como ontem eu coloquei dois posts no "frankamente" falando dele, como a minha amiga blogueira Sheila colocou hoje um texto enorme sobre esse assunto no blog dela "Quando, onde, como"(vão ver, é bem lega - quer dizer, ela deu a opinião dela...l) e como eu vou colocar outra coisa sobre esse assunto hoje, não resisti e resolvi perguntar uma coisa aqui:
Algum de vocês, algum dia, teve o Niemeyer como ídolo?
terça-feira, dezembro 14, 2004
HOJE - URGENTE - EXPOSIÇÃO DO PT
O nosso PT está abrindo HOJE,
uma exposição
no SESC Pompéia
as 20h.
recadinho dele:
Oi
Vai ser nas oficinas,
o atelier de gravura é o 1o à direita
e os trabalhos estão nas paredes externas.
Tem um meu plotado, grandão.
Estarei por ali.
beijos.
segunda-feira, dezembro 13, 2004
do editore
O editore manda este lá no fauusp1984:
Meus queridos,
Gilles e eu adoramos encontrá-los no lançamento do Persifal e Dagobert na Livraria da Vila (Francisca, Maína, Monica, Darkon, Renatão, Charles, Douglas e a grande surpresa da tarde, Macarrão!). Valeu!
Beijos,
Alexandre
sábado, dezembro 11, 2004
quinta-feira, dezembro 09, 2004
quarta-feira, dezembro 08, 2004
terça-feira, dezembro 07, 2004
Rajada [ Parte VIII ] :: O instrumento
O velho marinheiro corso ajeitou seu saco ao pé da porta do La Bela Mare.
Dok demorou a reconhecê-lo. A nuvem de fumaça tomava a varanda, pois não havia vento naquela noite abafada.
Sargaços. Como esquecer os dias e noites à deriva, o horizonte plano, levemente enevoado, o mar completamente parado. Algas. Apenas algas. As provisões se acabando. As refeições de pão sueco e ovos cozidos, levemente embolorados. As rações diárias de água e rum.
Mas, sim, o velho marinheiro e seu malfadado cavanhaque, um sorriso irônico no canto da boca, parado ali junto à porta, era.. Gillespie!
Em alguns instantes o ambiente parado contagiou-se duma alegria esfusiante. Os atropelos da confraria Ribolla, esquecidos. As meninas da penumbra sorridentes novamente.
La Be produziu rapidamente algumas garrafas de Proseco e frutos do mar.
::
Depois de alguns momentos de euforia, um ar de mistério envolveu Gillespie.
Retirando seu sax alto do saco, passou-o às mãos de Mona.
- Você, só você pode desvendar essa charada. Desde a passagem de Calais ouço falar que me querem e ao meu instrumento. Guarde-o cuidadosamente. Sei que estarei seguro enquanto o instrumento estiver a salvo, em mãos de uma pessoa de inteira confiança.
Mona enrubeceu ao receber o que Gillespie lhe confiava. Todos os olhos voltavam-se para Mona que, silenciosamente, embrulhou o sax.
- Devo sair, agora. Em breve poderão me reencontrar, em um local público onde a multidão nos acobertará.
E voltando-se para Setnof: - Faremos contato.
Nesse momento, tropeçando com grande estardalhaço, entrou Jr. Mona rapidamente escondeu o embrulho, Franka socorreu Jr e, ao voltarem-se para Gillespie.. onde estava?
Jr ofegava, ainda, como se terminasse uma grande e desabalada corrida. Seu aspecto era mórbido, olhos injetados, imensas olheiras e lábios ressecados.
- Desde que Katza me achou na ilha.. desde então.. não tenho tido uma noite de paz. Tudo pareceu um sonho, um pesadelo. As lembranças me voltam enevoadas.. Penso em touros, touros esgotados. Semem. O terrível aroma de cândida..
Franka afagava suavemente os cabelos emaranhados de Jr. Mesmo Dok, avesso a manifestações de carinho, sorriu discretamente para Jr. Katza, afinal, era conhecida pela ganância e despudor.
:.:
Os inúmeros assuntos pendentes, o desembarque dos toneis de 6996, o sumiço de Kivas Regal, o paradeiro de Kika Drake, deveriam ser agora postos à mesa. Para Franka e La Bela, encontrar P. Etthê tornara-se crucial. Mas onde ? Como ? Deveria Franka retomar seu posto na organização ? Ou seria mesmo La Be capaz de assumir as missões a ela designadas ? Yolkman e Mntgn, onde estariam após a confusão na noite da explosão do navio?
.:
Carmen Rubia surgiu silenciosamente e juntou-se ao grupo. Parecia querer dizer algo, mas temia expor-se.
Finalmente, atreveu-se, olhando para Mona: - Devemos voltar para junto de Katza. A resposta que procuramos está na biboca.
- É muito arriscado - sugeriu Franka - A cada momento vocês estão mais expostas..
- Não. - Disse Carmen Rubia, quase ríspida. - A biboca é o ponto central no porto. Por ali passam os marinheiros, os estivadores, os mercadores e os proxenetas. Eles bebem, relaxam, contam histórias.
Todos ouviam em silêncio desconfortável. Compreendiam que para Carmen Rubia, Ucha, a antiga secretária do Conde, era fundamental a missão. Mesmo que este houvesse se recolhido a um quase anonimato, servindo discretamente as mesas do La Bela Mare.
- É preciso ajudá-lo a recuperar a auto-estima - sugeriu La Be.
Todos concordavam ao menos num ponto, então.
Desde que foi acolhido por Be, o conde viu seu cabelo ralear, tomado de fios grisalhos.
A falta de suas doses diárias de 6996 só fez piorar sua condição. Raramente se manifestava, preferindo recolher-se logo que os últimos clientes saiam. Nunca sentou-se à varanda com Dok, dirigia-se encabulado a La Be, mal disfarçando seu constrangimento em, de rico produtor do famoso Ribolla, servir taças de vinho.. chileno!
As tensões acumuladas entre aqueles que outrora partilhavam da amizade e confiança do Conde dificultavam o entendimento, ainda se considerando a sucessão de eventos dramáticos que se desenrolaram desde a chegada do Rajada ao porto. Os últimos comentários atribuidos a Kivas Regal, diz-se que ouvidos na biboca de Mme Katza, traiam uma profunda angústia e decepção, mas não se sabe a respeito de que.
::
Ao amanhecer, Dok ainda estava acordado. Dok ainda se incomodava com o entra e sai no restaurante, apesar da mesa cativa e do farto suprimento de álcool e tabaco. Algo lhe faltava.
O mensageiro entrou discretamente e fez soar a sineta junto ao balcão na recepção do restaurante.
Dok levantou-se com um muxoxo, mal humorado, e recebeu o bilhete verde que o mensageiro lhe entregava.
Leu displicentemente, mas logo acendeu-se um brilho em seu olhar.
repetiu em voz alta:
- Gillespie no sábado. Villa. Editore.
Então conseguiram chegar a um acordo! Ora, para Dok, os encontros etílicos tornaram-se já há muito uma das razões de sua longa existência. Claro que freqüentemente perdia o controle, já escasso, e punha-se a falar barbaridades mas, contados os prós e contras, ainda valiam a pena.
De volta à varanda, fitou demoradamente o mar. Nenhuma brisa, ainda. Mas no horizonte, um farto ascendente causava a aglomeração de gaivotas. Quem sabe mais tarde ? Pensou no Rajada, seus estais desfiando, sua genoa envelhecida, o rádio recalcitante e ruidoso...
Quando voltaria ao mar ?
Que gosto estranho sentia, depois de tantos e tantos anos, por uma passagem mais longa, ou uma perna em mar grosso!
Repetiu consigo mesmo: - Gillespie no sábado. Villa...
Dok demorou a reconhecê-lo. A nuvem de fumaça tomava a varanda, pois não havia vento naquela noite abafada.
Sargaços. Como esquecer os dias e noites à deriva, o horizonte plano, levemente enevoado, o mar completamente parado. Algas. Apenas algas. As provisões se acabando. As refeições de pão sueco e ovos cozidos, levemente embolorados. As rações diárias de água e rum.
Mas, sim, o velho marinheiro e seu malfadado cavanhaque, um sorriso irônico no canto da boca, parado ali junto à porta, era.. Gillespie!
Em alguns instantes o ambiente parado contagiou-se duma alegria esfusiante. Os atropelos da confraria Ribolla, esquecidos. As meninas da penumbra sorridentes novamente.
La Be produziu rapidamente algumas garrafas de Proseco e frutos do mar.
::
Depois de alguns momentos de euforia, um ar de mistério envolveu Gillespie.
Retirando seu sax alto do saco, passou-o às mãos de Mona.
- Você, só você pode desvendar essa charada. Desde a passagem de Calais ouço falar que me querem e ao meu instrumento. Guarde-o cuidadosamente. Sei que estarei seguro enquanto o instrumento estiver a salvo, em mãos de uma pessoa de inteira confiança.
Mona enrubeceu ao receber o que Gillespie lhe confiava. Todos os olhos voltavam-se para Mona que, silenciosamente, embrulhou o sax.
- Devo sair, agora. Em breve poderão me reencontrar, em um local público onde a multidão nos acobertará.
E voltando-se para Setnof: - Faremos contato.
Nesse momento, tropeçando com grande estardalhaço, entrou Jr. Mona rapidamente escondeu o embrulho, Franka socorreu Jr e, ao voltarem-se para Gillespie.. onde estava?
Jr ofegava, ainda, como se terminasse uma grande e desabalada corrida. Seu aspecto era mórbido, olhos injetados, imensas olheiras e lábios ressecados.
- Desde que Katza me achou na ilha.. desde então.. não tenho tido uma noite de paz. Tudo pareceu um sonho, um pesadelo. As lembranças me voltam enevoadas.. Penso em touros, touros esgotados. Semem. O terrível aroma de cândida..
Franka afagava suavemente os cabelos emaranhados de Jr. Mesmo Dok, avesso a manifestações de carinho, sorriu discretamente para Jr. Katza, afinal, era conhecida pela ganância e despudor.
:.:
Os inúmeros assuntos pendentes, o desembarque dos toneis de 6996, o sumiço de Kivas Regal, o paradeiro de Kika Drake, deveriam ser agora postos à mesa. Para Franka e La Bela, encontrar P. Etthê tornara-se crucial. Mas onde ? Como ? Deveria Franka retomar seu posto na organização ? Ou seria mesmo La Be capaz de assumir as missões a ela designadas ? Yolkman e Mntgn, onde estariam após a confusão na noite da explosão do navio?
.:
Carmen Rubia surgiu silenciosamente e juntou-se ao grupo. Parecia querer dizer algo, mas temia expor-se.
Finalmente, atreveu-se, olhando para Mona: - Devemos voltar para junto de Katza. A resposta que procuramos está na biboca.
- É muito arriscado - sugeriu Franka - A cada momento vocês estão mais expostas..
- Não. - Disse Carmen Rubia, quase ríspida. - A biboca é o ponto central no porto. Por ali passam os marinheiros, os estivadores, os mercadores e os proxenetas. Eles bebem, relaxam, contam histórias.
Todos ouviam em silêncio desconfortável. Compreendiam que para Carmen Rubia, Ucha, a antiga secretária do Conde, era fundamental a missão. Mesmo que este houvesse se recolhido a um quase anonimato, servindo discretamente as mesas do La Bela Mare.
- É preciso ajudá-lo a recuperar a auto-estima - sugeriu La Be.
Todos concordavam ao menos num ponto, então.
Desde que foi acolhido por Be, o conde viu seu cabelo ralear, tomado de fios grisalhos.
A falta de suas doses diárias de 6996 só fez piorar sua condição. Raramente se manifestava, preferindo recolher-se logo que os últimos clientes saiam. Nunca sentou-se à varanda com Dok, dirigia-se encabulado a La Be, mal disfarçando seu constrangimento em, de rico produtor do famoso Ribolla, servir taças de vinho.. chileno!
As tensões acumuladas entre aqueles que outrora partilhavam da amizade e confiança do Conde dificultavam o entendimento, ainda se considerando a sucessão de eventos dramáticos que se desenrolaram desde a chegada do Rajada ao porto. Os últimos comentários atribuidos a Kivas Regal, diz-se que ouvidos na biboca de Mme Katza, traiam uma profunda angústia e decepção, mas não se sabe a respeito de que.
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Ao amanhecer, Dok ainda estava acordado. Dok ainda se incomodava com o entra e sai no restaurante, apesar da mesa cativa e do farto suprimento de álcool e tabaco. Algo lhe faltava.
O mensageiro entrou discretamente e fez soar a sineta junto ao balcão na recepção do restaurante.
Dok levantou-se com um muxoxo, mal humorado, e recebeu o bilhete verde que o mensageiro lhe entregava.
Leu displicentemente, mas logo acendeu-se um brilho em seu olhar.
repetiu em voz alta:
- Gillespie no sábado. Villa. Editore.
Então conseguiram chegar a um acordo! Ora, para Dok, os encontros etílicos tornaram-se já há muito uma das razões de sua longa existência. Claro que freqüentemente perdia o controle, já escasso, e punha-se a falar barbaridades mas, contados os prós e contras, ainda valiam a pena.
De volta à varanda, fitou demoradamente o mar. Nenhuma brisa, ainda. Mas no horizonte, um farto ascendente causava a aglomeração de gaivotas. Quem sabe mais tarde ? Pensou no Rajada, seus estais desfiando, sua genoa envelhecida, o rádio recalcitante e ruidoso...
Quando voltaria ao mar ?
Que gosto estranho sentia, depois de tantos e tantos anos, por uma passagem mais longa, ou uma perna em mar grosso!
Repetiu consigo mesmo: - Gillespie no sábado. Villa...
Lista de fim de ano...
A Franka no frankamente listou seus Top Ten filmes... o que acabou de me dar uma idéia cretina::
Quais as vinte melhores coisas, filmes, músicas, lugares, viagens, livros, eventos, pessoas, acontecimentos que você listaria nos últimos 20 anos ?
=8-P
Quais as vinte melhores coisas, filmes, músicas, lugares, viagens, livros, eventos, pessoas, acontecimentos que você listaria nos últimos 20 anos ?
=8-P
segunda-feira, dezembro 06, 2004
O BAÚ DA MONICA
um grande ator
Querido Jr, qual não foi a minha emoção quando assisti ao seu filme ontem na tv, de surpresa, assim, no meio do nada. Aquilo não é apenas uma propaganda, querido.
É praticamente um filme. Temos que promover esse seu lado, temos que tornar o JR um ATOR REAL! Temos todos que nos unir e tirar você da BMF para enfiar você na GLOBO.
A qualidade da sua interpretação me faz chamar o tal "reclame" de "filme" mesmo - quantos longa-metragens por ai não tem um décimo da qualidade do seu?
Maravilhoso. Eu bem que percebi, desde a primeira happy, o seu talento interpretativo.
Agora sério.
É sério mesmo.
Meeeeeesmo.
Muito legal.
Parabéns.
BEIJO.
É praticamente um filme. Temos que promover esse seu lado, temos que tornar o JR um ATOR REAL! Temos todos que nos unir e tirar você da BMF para enfiar você na GLOBO.
A qualidade da sua interpretação me faz chamar o tal "reclame" de "filme" mesmo - quantos longa-metragens por ai não tem um décimo da qualidade do seu?
Maravilhoso. Eu bem que percebi, desde a primeira happy, o seu talento interpretativo.
Agora sério.
É sério mesmo.
Meeeeeesmo.
Muito legal.
Parabéns.
BEIJO.
Que aflição!!!
Dok, que coisa mais aflitiva!!!! Subi o troço para todo mundo ver...acho que ninguém vai passear no porão do blog, né?
quinta-feira, dezembro 02, 2004
canteiro de obras
Como parte das ações que planejei para retornar à profissão, depois de anos de exílio acadêmico, imaginei reativar o site arquitetos.com. Para isso, deveria preparar imagens de antigos projetos, fotografar os que estivem em estado razoável e, finalmente, incluir um "diário de obra" da casa que estou construindo. O diário deveria ter tanto os desenhos e modelagens 3d do projeto, como um gantt chart das etapas da obra, linkado às fotos do canteiro.
Ahn-hã. Tá bom.
Fácil falar, mas o canteiro está um salceiro, uma muvuca completamente atrapalhada. Depois de quatro semanas cavando e concretando as 89 strauss, debaixo de muita chuva, o lamaçal impera.
Tenho material "depositado" no terreno vizinho, cedido por uma amiga arquiteta ( estou cercado dessa espécie, aparentemente. Não sei onde vou achar clientes com tantos arquitetos à minha volta ! ).
Ontem concretamos os blocos de ligação das estacas e os baldrames do primeiro nível. 18 m³ !
Bomba d'água, vibrador, girico... Acho que pulei essa parte quando fiz a fau. Acho que pulei muitas outras também. Mas, de novo e novamente, volto ao problema da formação dos arquitetos.
Insistimos nas escolas em que os alunos vejam tudo, de tudo um pouco, de pouco um tudo.
Você segmenta sistemas estruturais em cálculo, estudo das tensões, materiais, estabilidade das construções. Algumas dessas são subsegmentadas em Concreto, aço, madeira, materiais tensionávels... Acho que tivemos até uma alucinada que confundia industrialização da construção com manufatura de tijolos de solo-cimento. Bem, me lembro do seu nomes, mas deixa prá lá!
Tem ainda outra descontinuidade em jogo: eu planejo ( projeto, estudo, quantifico, modelo, antevejo, calculo, estimo e o diabo a quatro ) no computador. O processo é limpo, 64 casas decimais de precisão, não tem chuva e lama. Tem uns atrazos mas o culpado sou eu mesmo. Se sair da prancheta e do papel branco e descer à obra já era uma experiência transcendente, sair do universo digital e ir ao canteiro é uma viagem como aquelas que o capitão Kirk e o Spok faziam. É uma teletransferência para um mundo congelado no tempo e espaço, arcaico, lento, confuso.
Outro dia li algo sobre algumas construtoras que instalam micro-radios nos equipamentos, embalagens de insumos e mesmo nos operários. Um operador acompanha e monitora tudo em seu terminal remoto. Gera estatísticas sobre os fluxos, entregas, depósitos, chegadas e saidas de operários... Plota tudo em gráficos e planeja as próximas etapas com uma precisão chapliniana.
Quero um prá mim.
Quanto ao site, ora, fica prá depois.
P.S. Só prá criar marola, porque esse Blog tá o mar dos Sargaços. Uma calmaria só.
[bjs]s
Ahn-hã. Tá bom.
Fácil falar, mas o canteiro está um salceiro, uma muvuca completamente atrapalhada. Depois de quatro semanas cavando e concretando as 89 strauss, debaixo de muita chuva, o lamaçal impera.
Tenho material "depositado" no terreno vizinho, cedido por uma amiga arquiteta ( estou cercado dessa espécie, aparentemente. Não sei onde vou achar clientes com tantos arquitetos à minha volta ! ).
Ontem concretamos os blocos de ligação das estacas e os baldrames do primeiro nível. 18 m³ !
Bomba d'água, vibrador, girico... Acho que pulei essa parte quando fiz a fau. Acho que pulei muitas outras também. Mas, de novo e novamente, volto ao problema da formação dos arquitetos.
Insistimos nas escolas em que os alunos vejam tudo, de tudo um pouco, de pouco um tudo.
Você segmenta sistemas estruturais em cálculo, estudo das tensões, materiais, estabilidade das construções. Algumas dessas são subsegmentadas em Concreto, aço, madeira, materiais tensionávels... Acho que tivemos até uma alucinada que confundia industrialização da construção com manufatura de tijolos de solo-cimento. Bem, me lembro do seu nomes, mas deixa prá lá!
Tem ainda outra descontinuidade em jogo: eu planejo ( projeto, estudo, quantifico, modelo, antevejo, calculo, estimo e o diabo a quatro ) no computador. O processo é limpo, 64 casas decimais de precisão, não tem chuva e lama. Tem uns atrazos mas o culpado sou eu mesmo. Se sair da prancheta e do papel branco e descer à obra já era uma experiência transcendente, sair do universo digital e ir ao canteiro é uma viagem como aquelas que o capitão Kirk e o Spok faziam. É uma teletransferência para um mundo congelado no tempo e espaço, arcaico, lento, confuso.
Outro dia li algo sobre algumas construtoras que instalam micro-radios nos equipamentos, embalagens de insumos e mesmo nos operários. Um operador acompanha e monitora tudo em seu terminal remoto. Gera estatísticas sobre os fluxos, entregas, depósitos, chegadas e saidas de operários... Plota tudo em gráficos e planeja as próximas etapas com uma precisão chapliniana.
Quero um prá mim.
Quanto ao site, ora, fica prá depois.
P.S. Só prá criar marola, porque esse Blog tá o mar dos Sargaços. Uma calmaria só.
[bjs]s
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