segunda-feira, julho 31, 2006

MAR DE HOMENS - MIS


Lançamento do projeto MAR DE HOMENS, do fotógrafo Roberto Linsker.
Terça-feira, dia 1 de agosto, a partir das 20:00 hs, no MIS (Av. Europa, 158).
O projeto inclui, entre outras coisas, a edição de dois livros, um deles intitulado "O mar é uma outra terra", de Helena Tassara,
além de um vídeo e uma exposição fotográfica que documenta a pesca artesanal na costa brasileira. Compareçam!

sexta-feira, julho 28, 2006

Coisas que a gente coloca para dentro de casa!




em homenagem ao post de hoje do frankamente.

VOLTOU A DISCUSSÃO

Entre as barbaridades de Julinho Neves e as do Sr. Edemar...vamos bem, muito bem...não?

Sobre vetos, torres e o Masp

JOSÉ EDUARDO DE ASSIS LEFÈVRE

O que diriam os parisienses se, por hipótese, a torre Eiffel mudasse seu nome para Eiffel-Telecom, com um enorme anúncio luminoso?

O ILUSTRE cardiologista Adib Jatene, presidente do Conselho Deliberativo do Masp, veio a público reiterar sua posição favorável à construção de uma torre sobre o edifício Dumont-Adams, com o alegado propósito de salvar o museu da ruína financeira.
A proposta apresentada pelo Masp foi negada pelo Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) em fevereiro de 2005. E, analisando recurso e proposta alternativa encaminhada pelo museu, foi definitivamente vetada em outubro passado.
O ponto-chave do veto está no parecer aprovado: "Entendemos que a torre proposta interfere de forma radical na escala do bem tombado, descaracterizando-o de forma a comprometer sua integridade". É necessário ressaltar que o parecer negativo se refere especificamente ao projeto da torre. Não há objeções quanto à substituição do edifício Dumont-Adams por um outro de proporções equivalentes aos demais existentes na avenida Paulista.
Em artigo publicado nesta Folha de S.Paulo em 24 de fevereiro de 2006, o dr. Jatene afirmou que a proposta da torre havia sido aprovada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), o que não é exato.
O Iphan declarou que a proposta da torre era isenta de apreciação por aquele órgão. Ou seja, não desaprovava, mas também não aprovava. Quanto à aprovação pelo Condephaat, tomamos conhecimento por este mesmo jornal, em notícia publicada em 1º de julho passado, que seu presidente "decidiu sozinho sobre o caso da torre do Masp, porque o conselho estava em recesso e o museu tinha urgência". Ou seja, a proposta não foi apreciada pelo plenário do Condephaat.
O presidente do Conselho Deliberativo do Masp afirma, agora em outro artigo, publicado em 12 de julho no mesmo espaço, que a construção de um mirante criaria uma atração turística capaz de viabilizar financeiramente o museu. No entanto, nenhum estudo nesse sentido foi sequer apresentado pelo Masp. A operação do mirante dificilmente pagaria a construção da torre, e parece pouco provável que possa recuperar as combalidas finanças do Masp.
O que justificaria então os investimentos a serem feitos pela empresa Vivo, grupo privado que assumiria o ônus financeiro do empreendimento? Evidentemente, a enorme "visibilidade" da torre e a repercussão de sua imagem vinculada ao Masp durante dez anos. Os grandes arranha-céus se identificam com as corporações que os construíram, tal o seu poder de fixar uma imagem. Pela proposta do museu, a torre se identificaria como Masp-Vivo.
Há, ainda, um aspecto que pouco veio a público. A torre não se limitaria à altura do mirante, como consta do projeto apresentado ao Conpresp e divulgado pela Folha nas edições de 28 de setembro e 26 de outubro de 2005. Sobre a cobertura do mirante seria instalada uma antena para telecomunicações que dobraria a altura total para 250 metros. O projeto dessa antena foi enviado à prefeitura em 2004, por meio do ofício Masp-PRE, de 9 de novembro (processo 2004-0.267.611-0), e ao Condephaat. Contudo, em reunião com o Conpresp, o presidente do Masp negou a existência de tal projeto.
O dr. Jatene menciona a adoção do caminho judicial pelo Masp, numa tentativa de se sobrepor aos meios técnicos. Até aqui, no entanto, todos os pleitos feitos pela diretoria do museu foram negados pela Justiça.
E a questão da torre Eiffel? Citando esse exemplo, o dr. Jatene demonstra desconhecer ou preferir ignorar a enorme diferença entre o contexto cultural da França de 1889 e o do Brasil de hoje.
A Exposição Universal de 1889, realizada em Paris, foi uma festa de afirmação republicana, comemorativa do centenário da Revolução Francesa, no âmbito de uma sociedade conservadora. No campo da engenharia e da arquitetura, ocorria uma cisão, característica do século 19, que opunha defensores do ecletismo historicista aos adeptos da modernidade das novas tecnologias, como o engenheiro Gustave Eiffel.
A torre Eiffel não trazia a marca de uma empresa, mas era o símbolo da exposição, com toda a sua carga semântica, que, evidentemente, tinha opositores na sociedade francesa. Para finalizar, o que diriam os parisienses se, por hipótese, a torre Eiffel necessitasse de uma restauração e, obtendo uma vantajosa proposta de patrocínio, passasse a se chamar Torre Eiffel-Telecom, com um exuberante anúncio luminoso?


JOSÉ EDUARDO DE ASSIS LEFÈVRE, 63, arquiteto, professor doutor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, é presidente do Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo).

quarta-feira, julho 05, 2006

PALMAS PARA O CILDO!

05 de julho de 2006 - 00:08

Cildo Meireles desiste de participar da Bienal de SP

A saída do artista foi motivada pela permanência e reeleição do banqueiro Edemar Cid Ferreira no conselho deliberativo da Fundação Bienal

Camila Molina


SÃO PAULO - Em protesto pela permanência e reeleição do banqueiro Edemar Cid Ferreira no conselho deliberativo da Fundação Bienal de São Paulo, o artista carioca Cildo Meireles afirmou que não participará da 27.ª Bienal de São Paulo, que ocorrerá entre 7 de outubro e 17 de dezembro. Ele considera a permanência de Ferreira, ex-controlador do Banco Santos e preso em São Paulo por suspeita de gestão fraudulenta, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, um "continuísmo nefasto".

"Não tem nada a ver com a curadoria da mostra, mas enquanto essa situação acontecer, me sinto desconfortável", afirmou Cildo Meireles. Segundo o artista, o conselho da Fundação Bienal de São Paulo "ou agiu com ingenuidade cultural ou foi mal-intencionado mesmo" ao permitir a reeleição de Ferreira.

"Mas isso é problema deles, não quero conviver com esse tipo de situação", diz Cildo Meireles. Desde quinta-feira, quando foi divulgada a lista com os 121 artistas selecionados pela curadoria da 27ª Bienal de São Paulo (assinada por Lisette Lagnado), Cildo Meireles, um dos escolhidos, declarou que pensaria sobre sua participação no evento. "Esperei que tivesse um desdobramento sobre essa situação e pergunto agora qual a responsabilidade que esse conselho tem com a história da Bienal de São Paulo", disse o artista.

Nascido em 1948, Cildo Meireles é um dos principais nomes da arte contemporânea brasileira. Entre as mostras do porte da Bienal de São Paulo, Cildo foi destaque ultimamente em 2002, na 11.ª Documenta de Kassel, na Alemanha, e na 50.ª Bienal de Veneza, em 2003. Sua última participação na Bienal de São Paulo foi em 1998, na 24.ª edição do evento.