A velha secretária do Conde não mais se lembra dos nomes e codinomes de seus asseclas e de seus desafetos. Então, a pedido pessoal do Conde, ocupo hoje esse espeço para esclarecer algumas etimologias da turma.
Arroz Sm. 1. Baladeiro e músico, ocasionalmente arquiteto. Antigo camarada do Feijão Miguez, embora de turma anterior.
Feijão Sm. do Latim Fábio 1. Inseparável de Arroz , faz par também com Porco, de outro ano da FAU e se faz acompanhar, eventualmente, de Farinha.
Macarrão Sm. 1. Diz-se de uma grande camarada do Trigo. Longilíneo, ocasionalmente apresenta-se em formatos diversos. Cf Tomate.
Trigo Sm. 1. Presente junto a grande número de colegas, raramente é visto desacompanhado.
Sheik Regionalismo: Brasil. 1. Outro membro associado da turma. 2. Sorvete batido com leite.
Tomate Sm. 1. Antigo membro da confraria, embora não estivesse mais presente na década de 80.
Cezinha Sm. 1. Variedade de fruta ;->
segunda-feira, fevereiro 28, 2005
domingo, fevereiro 27, 2005
agendamentos
Não tá chegando a hora duma nova happy ?
Não tendo podido aparecer nos eventos privados e públicos que aconteceram recentemente, tenho que confessar que tô meio saudoso de todos. Se for terça ou quinta, dias em que estou livre à noite, é só marcar queu já tô confirmado. Pode ter truta, lamb, caprino... ou qq coisa, desde que com chopps ( e dois pastel )...
Não tendo podido aparecer nos eventos privados e públicos que aconteceram recentemente, tenho que confessar que tô meio saudoso de todos. Se for terça ou quinta, dias em que estou livre à noite, é só marcar queu já tô confirmado. Pode ter truta, lamb, caprino... ou qq coisa, desde que com chopps ( e dois pastel )...
sexta-feira, fevereiro 25, 2005
quarta-feira, fevereiro 23, 2005
EXTRA! EXTRA! Ancus em crise!
Extra! Extra!
Revelados documentos secretos pertencentes à organização ANCUS.
::
Buenos Aires
Bigode, codinome do agente Piloso, atuando em Buenos Aires, revelou a jornalistas selecionados alguns dos mais secretos documentos atribuidos à obscura organização ANCUS.
Na semana passada, insistentes boatos davam conta da presença de inúmeras agentes da organização na cidade de São Paulo. Piloso, destacado para cobrir eventos recentes nesta cidade, alega ter interceptado o mailbox de uma das agentes - cujo nome ela afirma não poder revelar, sob pena de denunciar seu contato dentro da organização.
Sabe-se que a organização vem sofrendo repetidos ataques e desesperadamente tenta reestruturar-se. Um de seus maiores problemas, revela Piloso, está na grande ociosidade de seus agentes. A alta direção da organização localizou excessos de recursos aqui e ali e planejava efetuar severos cortes, o que tem provocado insatisfação entre as agentes.
Relata-se que entre as preocupações da direção estariam o excessivo consumo de cerveja, invariavelmente acompanhada de iguarias de alto teor calórico.
Algumas das agentes - prossegue Piloso em seu relato - têm se recusado a cumprir as medidas restritivas impostas pela chefia.
Colaborou com esta matéria EE-udo, diretamente de Amsterdam.
caso sagirrab
de: franka 426
para: agnessenga369
.
ref: re: rastreamento de indivíduo (Paraboizado)/ Caso Sagirrab
Recebida ficha cadastral do elemento "Arroz". Ainda não indentificadaligação com "Macarrão" e com Gemada e Montanha. Necessitamos maisinformações.
PT pediu urgencia, sugiro falar com K & K.
XXX
URGENTE: circulando na NET arquivo secreto "Caso Sagirrab - 190205 - 14:50".
Interceptado hoje, 11:40 AM. Pelo rastreamento foi identicado a procedência:Mrs. Monnah, Espanha. SOS - URGENTÍSSIMO: Possivelmente uma cópia do arquivoconfidencial da ANCUS foi recebido também pela elementa Maina Clara, codinome Hipah - cópia CHEIA, inclusive com as fichas deletadas. As informações podem estar sendo divulgadas em velocidade recorde.
XXX
Agnes, assuma a personalidade Silvia e entre em contato com as duasimediatamente, com toda a discricão. Não se esqueça da senha da manhã: "os legumes foram cozidos no bafo".
frankade: agnessenga369
para: franka426
.
ref.:rastreamento de indivíduo
XXX
ficha cadastral ANCUS 022205-NKRD-ZORRA
Arroz, turma79,origem: norte/nordeste, avó materna india, tribo cadafau
características: estatura mediana, cabelos negros encaracolados, portador de óculos e olhos oblongos, ou se preferir, em forma de arroz(informação de procedência duvidosa, checar com Trig
(!)arma: pau elétrico, vulgarmente conhecido por cavaquinho de tomada
função: atacadista de mercadoria branca fornecida pelo perigoso Gemada
código de comunicação: mão na bola
cor: branco absoluto
XXX
terça-feira, fevereiro 22, 2005
Ribolla se ausenta
Desde as últimas navegações do grupo que, em solidariedade, reuniu-se a Ribolla após a derrocada de seu pequeno império em Montalcino, uma estranha cortina de silencio pairava na zona portuária.
Os incêncios e explosões da fatídica noite em que o cargueiro chileno tentou a mais ousada operação de desembarque dumas das falsas safras de Ribolla nunca foram explicados.
Delegados e desembargadores dipararam versões conflitantes, elencaram os suspeitos habituais, freqüentaram páginas de jornais por alguns dias mas, ao fim e cabo de tudo, nada se elucidou.
..
O grupo, que de início parecia fortemente unido em torno da agora discreta figura do conde, dispersou-se. O velho Dok abandonou o confortável abrigo que lhe fora oferecido no Be La.
Quanto a Ribolla, o conde, deixou sua função de garçom e sumiu.
Ouviu-se que o pequeno Rajada zarpara em direção à Johanesburg, mas não se encontrou junto à Capitania registro de sua saida. Os poucos e leais amigos do conde pareciam não saber realmente de seu paradeiro, ou o ocultavam tão zelosamente quanto seria possível...
::
O habitual burburinho, tornado desnecessariamente público, de grupos rivais pressupostamente envolvidos em espionagens, trânsitos e tráficos variados, presseguiu como de costume. Todo o falatório somado aos incessantes rumores e aparições públicas de PT e demais membros da ANCUS motivou um dos mais leais e antigos colaboradores do conde. O sempre discreto edittore organizou um pequeno almoço com o pretexto de congregar antigos colegas.
A oportunidade serviria para mapear os novos relacionamentos que vinham se desenvolvendo entre a ANCUS e alguns marginais menores.
Estratégicamente, os demais colaboradores do conde não estariam presentes.
::
Tendo sempre se mantido em situação aparentemente neutra, e se valendo de suas bem sucedidas relações internacionais, o edittore sabia que não receberia recusas a seu convite e, assim, naquele ensolarado sábado de verão, reuniram-se elementos das diversas facções. Ademais, como último e definitivo argumento, sua privilegiada adega, com um dos únicos estoques do verdadeiro Ribolla 9669, serviria como chamariz para os mais recalcitantes.
Como sempre, o paradeiro e o prolongado silêncio do conde dominou as conversas, causando breve constrangimento aos convivas. Duas rodadas do magnífico tinto de Montalcino puzeram fim às conversas e o que se viu, então, ultrapassou as espectativas dos dois observadores designados.
..
Em breve relato enviado a Dok - este não suportava ler mais que dois parágrafos seguidos, tudo lhe entediava, nada o agradava... - os observadores elencaram apenas um ponto digno de nota: as agentes da ANCUS pareciam, agora, demasiadamente expostas e, aparentemente, despreocupadas.
Falavam abertamente de suas maquinações e não buscaram disfarçar o especial carinho que parecem manter com seu pressusposto chefe, PT.
Encerrando o breve parágrafo da nota, uma indicação sobre a autoria de um velho canto de querra, equivocadamente atribuido a um tal agente Arroz, ou Soja, não se sabe bem.
::
Levemente embriagado, após um longo dia de exaustivas experiências com suas alunas adolescentes, Dok ainda encontrou forças para ler a nota. Deu de ombros e sorriu. Ele sabia que haveria ainda muito a fazer a respeito de coisa alguma...
Por fim, mesmo Dok compartilhava algo com a turba e com os alegres convivas do editore: dove cazzo meteu-se Ribolla ?
Os incêncios e explosões da fatídica noite em que o cargueiro chileno tentou a mais ousada operação de desembarque dumas das falsas safras de Ribolla nunca foram explicados.
Delegados e desembargadores dipararam versões conflitantes, elencaram os suspeitos habituais, freqüentaram páginas de jornais por alguns dias mas, ao fim e cabo de tudo, nada se elucidou.
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O grupo, que de início parecia fortemente unido em torno da agora discreta figura do conde, dispersou-se. O velho Dok abandonou o confortável abrigo que lhe fora oferecido no Be La.
Quanto a Ribolla, o conde, deixou sua função de garçom e sumiu.
Ouviu-se que o pequeno Rajada zarpara em direção à Johanesburg, mas não se encontrou junto à Capitania registro de sua saida. Os poucos e leais amigos do conde pareciam não saber realmente de seu paradeiro, ou o ocultavam tão zelosamente quanto seria possível...
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O habitual burburinho, tornado desnecessariamente público, de grupos rivais pressupostamente envolvidos em espionagens, trânsitos e tráficos variados, presseguiu como de costume. Todo o falatório somado aos incessantes rumores e aparições públicas de PT e demais membros da ANCUS motivou um dos mais leais e antigos colaboradores do conde. O sempre discreto edittore organizou um pequeno almoço com o pretexto de congregar antigos colegas.
A oportunidade serviria para mapear os novos relacionamentos que vinham se desenvolvendo entre a ANCUS e alguns marginais menores.
Estratégicamente, os demais colaboradores do conde não estariam presentes.
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Tendo sempre se mantido em situação aparentemente neutra, e se valendo de suas bem sucedidas relações internacionais, o edittore sabia que não receberia recusas a seu convite e, assim, naquele ensolarado sábado de verão, reuniram-se elementos das diversas facções. Ademais, como último e definitivo argumento, sua privilegiada adega, com um dos únicos estoques do verdadeiro Ribolla 9669, serviria como chamariz para os mais recalcitantes.
Como sempre, o paradeiro e o prolongado silêncio do conde dominou as conversas, causando breve constrangimento aos convivas. Duas rodadas do magnífico tinto de Montalcino puzeram fim às conversas e o que se viu, então, ultrapassou as espectativas dos dois observadores designados.
..
Em breve relato enviado a Dok - este não suportava ler mais que dois parágrafos seguidos, tudo lhe entediava, nada o agradava... - os observadores elencaram apenas um ponto digno de nota: as agentes da ANCUS pareciam, agora, demasiadamente expostas e, aparentemente, despreocupadas.
Falavam abertamente de suas maquinações e não buscaram disfarçar o especial carinho que parecem manter com seu pressusposto chefe, PT.
Encerrando o breve parágrafo da nota, uma indicação sobre a autoria de um velho canto de querra, equivocadamente atribuido a um tal agente Arroz, ou Soja, não se sabe bem.
::
Levemente embriagado, após um longo dia de exaustivas experiências com suas alunas adolescentes, Dok ainda encontrou forças para ler a nota. Deu de ombros e sorriu. Ele sabia que haveria ainda muito a fazer a respeito de coisa alguma...
Por fim, mesmo Dok compartilhava algo com a turba e com os alegres convivas do editore: dove cazzo meteu-se Ribolla ?
presentes e ausentes
...então, respondendo à pergunta GRITADA que a Franka fez no meu blog, respondo aqui.
Me perguntou a mais chamosa agente da ANCUS onde estou eu.
Vai saber! Nem mesmo eu sei direito nessa altura!
A alguns aniversários não fui, pois me sobraram os pequenos para cuidar e levar lá e acolá, tarefa que não recuso nunca. Adoro acompanhá-los às festinhas de aniversário, às aulas de natação e equitação, onde quase sempre sou o único homem em meio às mães de vinte e poucos... Paizão quarentão se diverte!
Ao happy do Yudo não fui, tínha um aniversário em família do qual não poderia escapar, paciência.
Ao esperado almoço não fui, pois me aguardavam no canteiro de obras uns 48 m³ [ metros cúbicos prá quem tem macintosh... ] da primeira laje. A concretagem teve inicio às 9:00 e se prolongou demais pro meu gosto, indo até as 14:00. nunca vibrei tanto ... concreto!
Depois, verificar como ficaram os escoramentos, preparar a cura úmida, limpar o canteiro e lavar a rua [ o caminhão dágua chegou com algum atraso, claro ].
Ai já era tarde, fiquei na saudade.
Mas acompanhei desde o início os posts de fotos e da ANCUS e não vejo a hora de reencontrá-los pra mais cerveja. Beijos copiosos...
P.S. Barba, se você estiver lendo, amanhã levo o DVD ao local combinado, por volta das sete. SMS confirmando. Abraço.
P.S. 2: ANCUS e penumbrosas, nem tentem decifrar ;->
Me perguntou a mais chamosa agente da ANCUS onde estou eu.
Vai saber! Nem mesmo eu sei direito nessa altura!
A alguns aniversários não fui, pois me sobraram os pequenos para cuidar e levar lá e acolá, tarefa que não recuso nunca. Adoro acompanhá-los às festinhas de aniversário, às aulas de natação e equitação, onde quase sempre sou o único homem em meio às mães de vinte e poucos... Paizão quarentão se diverte!
Ao happy do Yudo não fui, tínha um aniversário em família do qual não poderia escapar, paciência.
Ao esperado almoço não fui, pois me aguardavam no canteiro de obras uns 48 m³ [ metros cúbicos prá quem tem macintosh... ] da primeira laje. A concretagem teve inicio às 9:00 e se prolongou demais pro meu gosto, indo até as 14:00. nunca vibrei tanto ... concreto!
Depois, verificar como ficaram os escoramentos, preparar a cura úmida, limpar o canteiro e lavar a rua [ o caminhão dágua chegou com algum atraso, claro ].
Ai já era tarde, fiquei na saudade.
Mas acompanhei desde o início os posts de fotos e da ANCUS e não vejo a hora de reencontrá-los pra mais cerveja. Beijos copiosos...
P.S. Barba, se você estiver lendo, amanhã levo o DVD ao local combinado, por volta das sete. SMS confirmando. Abraço.
P.S. 2: ANCUS e penumbrosas, nem tentem decifrar ;->
segunda-feira, fevereiro 21, 2005
comunicado ANCUS II
de: agnessenga369
para: franka426
franka, acho que embaixo deste roupão tem coisa!
.
Resultado a consulta por arquivos similares:
.
Interceptação ANCUS 050205-AMF-EKARD
.
Interceptação ANCUS 050205-RJR-EKARD
.
Comunicado ANCUS 210205 EEE-ODUY
.
Acaba de ser localizado o veículo EEE-Kombi em Buenos Aires, nossos agentes cronometraram 33,33 horas de viagem entre as capitais!
(bastante lenta a operação para os padrões registrados, não?)
.
¿Quem será Maria Inês?
Peço destacamento urgente para investigação.
.
agnes
para: franka426
franka, acho que embaixo deste roupão tem coisa!
.
Resultado a consulta por arquivos similares:
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Interceptação ANCUS 050205-AMF-EKARD
.
- O robe de chambre de seu entusiasmado amigo era liso ou florido?
- Se liso, qual a cor?
- Que bedida ele lhe serviu com a clara intenção de embebedá-lo?
Interceptação ANCUS 050205-RJR-EKARD
.
- O robe era de seda, meio vinho, se não me engano.
- A bebida era caipirinha mesmo.
- Consta também rápida referência à uma cueca samba-canção salmão.
- A investigação em curso aponta alguns dados relevantes, a utilização de indumentárias masculinas e a referência a cores parece acobertar uma comunicação codificada entre os elementos.
- Vinho?
- Branco para a calçada, tinto para recepção íntima, rosê para peripécias stripitizianas.
- A característica PP (peito-peludo) aparece aqui figurativamente como florido, deduzimos daí que liso se referencie a depilado ou peito destituido de pelos.
- Quem será a caipirinha a que se referem?...
Comunicado ANCUS 210205 EEE-ODUY
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Acaba de ser localizado o veículo EEE-Kombi em Buenos Aires, nossos agentes cronometraram 33,33 horas de viagem entre as capitais!
(bastante lenta a operação para os padrões registrados, não?)
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¿Quem será Maria Inês?
Peço destacamento urgente para investigação.
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agnes
comunicado ANCUS
de: franka426
para: agnessenga369
agnes, veja o que recebi:
"comunicação ANCUS 190905-EEE-ODUY
domingo 20.02 logo pela manha fomos avisados que o elemento "alex fontes" ou "editore" foi visto com um roupão branco atoalhado que deixava transparecer o seu famoso PP (peito-peludo) na frente de sua residência em atitude suspeita perto de uma "kombi" da editora de seu nome. não se sabe se o elemento usava alguma roupa sob tal vestimenta e nem o quê ele estava transportando no veículo, pois o nosso agente que passava no local não se atreveu a chegar muito perto do elemento com receio de assédio (o agente em questão colocou no relatório que visualizou na fachada da residência uma bandeira de um conhecido grupo homossexual). peço que você, franka, fale com agnes e investigue em que operação o elemento está envolvido. atenciosamente, PT"
para: agnessenga369
agnes, veja o que recebi:
"comunicação ANCUS 190905-EEE-ODUY
domingo 20.02 logo pela manha fomos avisados que o elemento "alex fontes" ou "editore" foi visto com um roupão branco atoalhado que deixava transparecer o seu famoso PP (peito-peludo) na frente de sua residência em atitude suspeita perto de uma "kombi" da editora de seu nome. não se sabe se o elemento usava alguma roupa sob tal vestimenta e nem o quê ele estava transportando no veículo, pois o nosso agente que passava no local não se atreveu a chegar muito perto do elemento com receio de assédio (o agente em questão colocou no relatório que visualizou na fachada da residência uma bandeira de um conhecido grupo homossexual). peço que você, franka, fale com agnes e investigue em que operação o elemento está envolvido. atenciosamente, PT"
ALEX FONTES RECEBE II
Nesse sábado, Alex Fontes recebeu em sua residência em São Paulo todos os colegas da faculdade para um grande almoço. Desde a grande festa do Conde (em Montalcino, no ano passado) que não acontecia um encontro de tal vulto entre os amigos. Tanto o anfitrião quanto os convidados sentiram a falta do tão querido Conde Ribolla.
- Que papelão - disse um dos convidados - ele nunca vem?
- Ele não se digna a vir para o Brasil - comentou um outro - ou será que faliu mesmo?
- Deve ter arrumado outra turma - falou uma convidada, tristonha - com mulheres mais peitudas que nós!
Mas todos sabemos que a ausência do Conde não foi mera displicência. O nobre homem ainda tem sérios problemas finaceiros por causa da falência da vinícula e principalmente pelo roubo da fórmula secreta do 6996. E, como não conseguiu patrocínio nem patrocinadora para a viagem, recolheu-se em local desconhecido no interior da Italia, enviando apenas um telegrama.
Estiveram presentes na maravilhosa festa, com toda a cara-de-pau, Gemada e Montanha (com suas novas familias - os dois, para despistar a policia, separaram-se e casaram-se novamente com moças brasileiras. Gemada, que sabemos que é o mais perigoso dos dois, tratou até de providenciar uma prole para que o disfarce ficasse perfeito, e circulou pelos jardins de fontes com a pequena Dora, sem receio algum de ser descoberto). Além deles, estavam no local Ovomalta (que já cumpriu sua pena e agora está em liberdade) com sua nova esposa, Kika; Maína Clara, que, sempre misteriosa, agora tem negócios ligados a um supermercado suspeito no interior (acredita-se que a moça trafique drogras dentro de porcos que são exportados para a Europa toda); Mona, que agora passou a se chamar Monnah e que só se veste de rosa-pink; Bê la Bressiani, toda de roxo e branco e Franka estilo jeans, sempre juntas, cheias de segredos mas em plenas férias de missões; Moreirão, que misteriosamente se recolheu no porão da residência (falou-se de uma "lista" para vê-lo, mas nada foi confirmado, pois as mulheres em geral fazem segredos desses assuntos) e que quando ainda estava na festa foi visto trocando olhares suspeitos com bela Ainda Ainda; a Condessa, sempre sorridente e animada, rodopiando pekas salas acompanhada pelo misterioso e enigmático Bob Delboux, todo de azul; Zé Gui, discretíssimo (ninguém diz, vendo o recatado rapaz, que ele é capaz de fazer as já conhecidas peripéciasa stripitizianas no palco das boates eróticas) e o o grande Dr. Kalili, que continua tendo mais e mais filhas mulheres.
A ex-irmã Kroneinbier surgiu na festa vestindo um figurino mínimo e carregando uma misteriosa bolsa. Outra presença bastante comentada e enigmática foi a de um ex colega até então desaparecido chamado "Macarrão", que se recusou a declarar seu verdadeiro e atual nome. Foi comentado que tal elemento conversou demasiado com Gemada e Montanha, e más linguas concluiram que se trata de um novo membro da gangue. Mas como estava presente o grande lider PT, que sempre anda junto com seus agentes disfarçados de convidados (todos sabiam que Kristy e Kon, o casal K & k, estavam no local infiltrados através dele) e sempre descobre as falcatruas, o ambiente tornou-se tranquilo.
Nota: uma única presença incomodou e intrigou K & K: o misterioso "Fernando", que passou a tarde dando estranhas e perigosas risadinhas. Kon e Kristy anotaram todos os tons das risadas para serem interpretados pela ANCUS.
A grande alegria da tarde foi a presença do tão querido E-yudo, o E-migo que mora em E-msterdã e que só pensa na letra E (diz-se que o homem patenteou o "E"). Assim, ressurgiu milionário e poderoso, o que causou uma grande revolta no grande galã JR Rodrigues.
- Ora. Se ele patenteasse o "T" ainda vá. Mas ele sabe muito bem que o "T" é meu! Ele que tente, vou fazer isso amanhã mesmo. Ele vai ver o que é bom para a tosse e para as... bom, deixa para lá - falou o ator, sempre com suas frases de duplo sentido.
JR, sempre acostumado com os flashes, estava amuado. Além de descobrir seu verdadeiro pai (dr. Smith, o do seriado do Perdidos no Espaço), teve que engolir a presença do E-yudo e ficou irritado com mais uma brincadeira do anfitrião, que contou a todos que, em homenagem ao ator canastrão, colocou em frente a fachada da casa uma enorme bandeira gay com as cores do arcoris.
O ápice da tarde foi a grande celebração com a garrafa de 6996 de Montalcino, safra especial, aberta por Fontes depois do almoço.
- Vamos todos brindar esse reencontro - disse o assanhado anfitrião - e depois, os quartos do andar superior estão liberados!
- Que papelão - disse um dos convidados - ele nunca vem?
- Ele não se digna a vir para o Brasil - comentou um outro - ou será que faliu mesmo?
- Deve ter arrumado outra turma - falou uma convidada, tristonha - com mulheres mais peitudas que nós!
Mas todos sabemos que a ausência do Conde não foi mera displicência. O nobre homem ainda tem sérios problemas finaceiros por causa da falência da vinícula e principalmente pelo roubo da fórmula secreta do 6996. E, como não conseguiu patrocínio nem patrocinadora para a viagem, recolheu-se em local desconhecido no interior da Italia, enviando apenas um telegrama.
Estiveram presentes na maravilhosa festa, com toda a cara-de-pau, Gemada e Montanha (com suas novas familias - os dois, para despistar a policia, separaram-se e casaram-se novamente com moças brasileiras. Gemada, que sabemos que é o mais perigoso dos dois, tratou até de providenciar uma prole para que o disfarce ficasse perfeito, e circulou pelos jardins de fontes com a pequena Dora, sem receio algum de ser descoberto). Além deles, estavam no local Ovomalta (que já cumpriu sua pena e agora está em liberdade) com sua nova esposa, Kika; Maína Clara, que, sempre misteriosa, agora tem negócios ligados a um supermercado suspeito no interior (acredita-se que a moça trafique drogras dentro de porcos que são exportados para a Europa toda); Mona, que agora passou a se chamar Monnah e que só se veste de rosa-pink; Bê la Bressiani, toda de roxo e branco e Franka estilo jeans, sempre juntas, cheias de segredos mas em plenas férias de missões; Moreirão, que misteriosamente se recolheu no porão da residência (falou-se de uma "lista" para vê-lo, mas nada foi confirmado, pois as mulheres em geral fazem segredos desses assuntos) e que quando ainda estava na festa foi visto trocando olhares suspeitos com bela Ainda Ainda; a Condessa, sempre sorridente e animada, rodopiando pekas salas acompanhada pelo misterioso e enigmático Bob Delboux, todo de azul; Zé Gui, discretíssimo (ninguém diz, vendo o recatado rapaz, que ele é capaz de fazer as já conhecidas peripéciasa stripitizianas no palco das boates eróticas) e o o grande Dr. Kalili, que continua tendo mais e mais filhas mulheres.
A ex-irmã Kroneinbier surgiu na festa vestindo um figurino mínimo e carregando uma misteriosa bolsa. Outra presença bastante comentada e enigmática foi a de um ex colega até então desaparecido chamado "Macarrão", que se recusou a declarar seu verdadeiro e atual nome. Foi comentado que tal elemento conversou demasiado com Gemada e Montanha, e más linguas concluiram que se trata de um novo membro da gangue. Mas como estava presente o grande lider PT, que sempre anda junto com seus agentes disfarçados de convidados (todos sabiam que Kristy e Kon, o casal K & k, estavam no local infiltrados através dele) e sempre descobre as falcatruas, o ambiente tornou-se tranquilo.
Nota: uma única presença incomodou e intrigou K & K: o misterioso "Fernando", que passou a tarde dando estranhas e perigosas risadinhas. Kon e Kristy anotaram todos os tons das risadas para serem interpretados pela ANCUS.
A grande alegria da tarde foi a presença do tão querido E-yudo, o E-migo que mora em E-msterdã e que só pensa na letra E (diz-se que o homem patenteou o "E"). Assim, ressurgiu milionário e poderoso, o que causou uma grande revolta no grande galã JR Rodrigues.
- Ora. Se ele patenteasse o "T" ainda vá. Mas ele sabe muito bem que o "T" é meu! Ele que tente, vou fazer isso amanhã mesmo. Ele vai ver o que é bom para a tosse e para as... bom, deixa para lá - falou o ator, sempre com suas frases de duplo sentido.
JR, sempre acostumado com os flashes, estava amuado. Além de descobrir seu verdadeiro pai (dr. Smith, o do seriado do Perdidos no Espaço), teve que engolir a presença do E-yudo e ficou irritado com mais uma brincadeira do anfitrião, que contou a todos que, em homenagem ao ator canastrão, colocou em frente a fachada da casa uma enorme bandeira gay com as cores do arcoris.
O ápice da tarde foi a grande celebração com a garrafa de 6996 de Montalcino, safra especial, aberta por Fontes depois do almoço.
- Vamos todos brindar esse reencontro - disse o assanhado anfitrião - e depois, os quartos do andar superior estão liberados!
sábado, fevereiro 19, 2005
quinta-feira, fevereiro 17, 2005
Lisboa
Mais uma foto by Cristina Costales. Ai chega. Quem quiser ver mais, entra la no FLICKR, user Kikujiro.
BBS
Alguns de nós pegamos a internet bem no começo, no tempo das BBS [ né galo ? ].
Então alguém iniciou uma modinha tipográfica que se tornaria uma febre, até que as interfaces gráficas encerrassem a brincadeira e a substituisse pelos desenhinhos.
Eram os emoticons.
Mais ou menos assim:
:-) Tô feliz
:-( Tô triste
;-) Sorriso cúmplice
Bem, eram os mais comuns e básicos, mas o ócio é a mãe da invenção, então vieram:
=:-) Bom espanto
=:-( Mau espanto
8-) Quatro olhos feliz
8-( Quatro olhos infeliz
Seguiram-se novos membros na turminha:
=8-) Quatro olhos de cartola
:-P Mostrando a língua
&-) James Dean e seu topete
:^) De nariz empinado
:-) 8 Jane Mansfield
etc...
Sua decadência final, como dizia, aconteceu com a popularização das interfaces gráficas.
As singelas seqüencias de caracters foram substituidas pelos ícones desenhadinhos, alguns dos quais talvez tenha substituido os caracteres acima.
Esse mito dos ícones como facilitadores nas interfaces dos computadores é algo que me aborrece há muito. Os programas hoje têm tantos ícones que se tornou necessário, ora ora, criar tooltips. Passe o mouse sobre um ícone, e um pequeno texto explicativo elucidará sua utilidade !?
Ícone com tooltip "light"
Ícone com tooltip "light"
Nos ícones com tooltip light, os sinais grafados são relativamente tradicionais e podem ser compreendidos sem o texto. Explica-se então a brevidade do mesmo.
Ícone com tooltip besta [ repete o que já está dito ]
O tool tip besta dá uma informação impossível de ser inferida do ícone. Tão evidente que o ícone já é acompanhado dum texto, que o tooltip repete.
Maximum Tooltip: cada ícone contém um romance...
Durma-se com um barulho desses...
Então alguém iniciou uma modinha tipográfica que se tornaria uma febre, até que as interfaces gráficas encerrassem a brincadeira e a substituisse pelos desenhinhos.
Eram os emoticons.
Mais ou menos assim:
:-) Tô feliz
:-( Tô triste
;-) Sorriso cúmplice
Bem, eram os mais comuns e básicos, mas o ócio é a mãe da invenção, então vieram:
=:-) Bom espanto
=:-( Mau espanto
8-) Quatro olhos feliz
8-( Quatro olhos infeliz
Seguiram-se novos membros na turminha:
=8-) Quatro olhos de cartola
:-P Mostrando a língua
&-) James Dean e seu topete
:^) De nariz empinado
:-) 8 Jane Mansfield
etc...
Sua decadência final, como dizia, aconteceu com a popularização das interfaces gráficas.
As singelas seqüencias de caracters foram substituidas pelos ícones desenhadinhos, alguns dos quais talvez tenha substituido os caracteres acima.
Esse mito dos ícones como facilitadores nas interfaces dos computadores é algo que me aborrece há muito. Os programas hoje têm tantos ícones que se tornou necessário, ora ora, criar tooltips. Passe o mouse sobre um ícone, e um pequeno texto explicativo elucidará sua utilidade !?
Ícone com tooltip "light"
Ícone com tooltip "light"
Nos ícones com tooltip light, os sinais grafados são relativamente tradicionais e podem ser compreendidos sem o texto. Explica-se então a brevidade do mesmo.
Ícone com tooltip besta [ repete o que já está dito ]
O tool tip besta dá uma informação impossível de ser inferida do ícone. Tão evidente que o ícone já é acompanhado dum texto, que o tooltip repete.
Maximum Tooltip: cada ícone contém um romance...
Durma-se com um barulho desses...
quarta-feira, fevereiro 16, 2005
BundesBlog
Que coisa isso de blog.
QUal é mesmo a idéia ? Num blog pessoal, se expor moderadamente. Inventar uma persona, meio como num roteiro em tempo real. Num blog político, tentar ganhar influencia - e, claro, espalhar o máximo possível de boatarias.... Num blog flame, difamar [ flame, na antiga lingua dos BBS, quem lembra ? ].
::
E num blog de turma ? Passar ao largo do Orkut ? ? O blog de turma deveria funcionar como um yahoo.group com alguma graça gráfica.
..
Maína ? Vais mexer neles, afinal ?
..
Mas enquanto não anda, ou agora que desandou, vamos tentando cercar algum tema que desperte os velhescentes. Não passamos nem perto duma cerveja gelada e nem queria que fosse assim.
Lá no Mymemine tasquei qq coisa sobre boatarias e, pimba!, choveram replies.
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E aqui ?
QUal é mesmo a idéia ? Num blog pessoal, se expor moderadamente. Inventar uma persona, meio como num roteiro em tempo real. Num blog político, tentar ganhar influencia - e, claro, espalhar o máximo possível de boatarias.... Num blog flame, difamar [ flame, na antiga lingua dos BBS, quem lembra ? ].
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E num blog de turma ? Passar ao largo do Orkut ? ? O blog de turma deveria funcionar como um yahoo.group com alguma graça gráfica.
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Maína ? Vais mexer neles, afinal ?
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Mas enquanto não anda, ou agora que desandou, vamos tentando cercar algum tema que desperte os velhescentes. Não passamos nem perto duma cerveja gelada e nem queria que fosse assim.
Lá no Mymemine tasquei qq coisa sobre boatarias e, pimba!, choveram replies.
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E aqui ?
segunda-feira, fevereiro 14, 2005
quinta-feira, fevereiro 10, 2005
Blogs Blerghs
Podia ser um ecoblog, um egoblog ou ethosblog.
Acabou não sendo muito de nada disso [frase feita pensado no Eyes wide shut, alguém reviu ?].
Muito nada disso é pouco.
Outro dia postei algo sobre a dificuldade de trocar informações pela internet, na gestão de obras.
Dizia que a maior parte dos fornecedores se vira muito mal com computadores. Sem contar que noventaporcento dos sites são versões estáticas dos anúncios de páginas amarelas, vejinha e construçãp&mercado.
Com sorte tem lá um link de e.mail que, se funcionar, será respondido dali a dez dias.
Sério. Acabei de receber um telefonema dum fornecedor [grande fornecedor] de estruturas metálicas, pedindo o mardito número do fax.
::
Nos tempos de grande escritório, era essencial receber os fornecedores na sala de reuniões, olhar na fuça do arquiteto-vendedor-desesperado-por-uma-comissão e, depois de mostrar o quanto e quando iríamos especificar, contar a ele que assim que a Gea ou outro fornecedor grandão nos desse uma cotação, pensaríamos em abrir a proposta dele. Caíam sempre!
..
Mas a conversa cara a cara não tem mesmo substitutos.
Acho que o blog blergh permite algumas trocas rápidas. Sim, rajadas aleatórias, não sabemos bem com quem estamos falando, não temos a cara de espanto ou tédio a nos guiar... não tem as cervejas e os carneiros e trutas, não tem uma menina bonita passando por perto para quem espichar um olhar.
::
Agora, gente, tá bom. É frio, precisa baixar isso e levantar aquilo, concordo e tal mas, sério, yahoogroup e mailing list já deu.
::
Acompanhem as próximas etapas.
Acabou não sendo muito de nada disso [frase feita pensado no Eyes wide shut, alguém reviu ?].
Muito nada disso é pouco.
Outro dia postei algo sobre a dificuldade de trocar informações pela internet, na gestão de obras.
Dizia que a maior parte dos fornecedores se vira muito mal com computadores. Sem contar que noventaporcento dos sites são versões estáticas dos anúncios de páginas amarelas, vejinha e construçãp&mercado.
Com sorte tem lá um link de e.mail que, se funcionar, será respondido dali a dez dias.
Sério. Acabei de receber um telefonema dum fornecedor [grande fornecedor] de estruturas metálicas, pedindo o mardito número do fax.
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Nos tempos de grande escritório, era essencial receber os fornecedores na sala de reuniões, olhar na fuça do arquiteto-vendedor-desesperado-por-uma-comissão e, depois de mostrar o quanto e quando iríamos especificar, contar a ele que assim que a Gea ou outro fornecedor grandão nos desse uma cotação, pensaríamos em abrir a proposta dele. Caíam sempre!
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Mas a conversa cara a cara não tem mesmo substitutos.
Acho que o blog blergh permite algumas trocas rápidas. Sim, rajadas aleatórias, não sabemos bem com quem estamos falando, não temos a cara de espanto ou tédio a nos guiar... não tem as cervejas e os carneiros e trutas, não tem uma menina bonita passando por perto para quem espichar um olhar.
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Agora, gente, tá bom. É frio, precisa baixar isso e levantar aquilo, concordo e tal mas, sério, yahoogroup e mailing list já deu.
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Acompanhem as próximas etapas.
Blogs Et Al
Bom, a Franka falou e ninguém desdisse que, num blog, é preciso postar algo ao menos uma vez ao dia.
Não tenho visto muita gente postando por aqui e mesmo eu, que já saturei a todos e a mim mesmo com um monte de bobages e digressões, não posto nada decente ou moderadamente indecente já a algumas semanas. Moderadamente indecente, sim, porquê alguém mais falou que, das coisas realmente gostosas, ou fazem mal ou são indecentes. Ou ambas as duas...
::
Mas [e mais] sobre o blog.
Ajudo a manter este aqui, nosso fauno, fau no ar, fau no mar e o que mais.
Tenho um outro dedicado quase exclusivamente a postar assuntos que se relacionam com as aulas la na fau.mack. É certamente o menos visitado, pois os reais interessados, bem, não se interessam. Sei bem como é ;-(.
..
Há o MyMeMine, o mais egoblog de todos, em que qualquer coisa tá valendo, de trutas a velejos a previsões do tempo e pesquisas espaciais.
:
Há um meio precário, quase abandonado, em que coloco assuntos que surgem da minha vivência profissional, meio marketeiro, e que será substituido em algumas semanas, aleluia, oxalá e quiçá, pelo site do arquitetos.com
.:
Por enquanto, então, são três e meio blogs...
Claro que alguns assuntos transpassam os limites de um e outro e acabam sendo postados neste e naquele. Isso tem causado o aumento no número de visitas e leituras em torno de 100 porcento. Sério. Quando posto em dois dos blogs, os leitores sobem de um para dois, às vezes de um para três !
Mas este aqui, nosso fau no ar, tá meio murcho. As penumbrosas aparecem meio raramente. Preferem o contato imediato do msn [ tendo já abandonado o yahoo messenger ].
Losotros vão bem e obrigado de yahoo group, o freqüentado fauusp1984.
E então ? Fechamos ou não fechamos ?
Não tenho visto muita gente postando por aqui e mesmo eu, que já saturei a todos e a mim mesmo com um monte de bobages e digressões, não posto nada decente ou moderadamente indecente já a algumas semanas. Moderadamente indecente, sim, porquê alguém mais falou que, das coisas realmente gostosas, ou fazem mal ou são indecentes. Ou ambas as duas...
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Mas [e mais] sobre o blog.
Ajudo a manter este aqui, nosso fauno, fau no ar, fau no mar e o que mais.
Tenho um outro dedicado quase exclusivamente a postar assuntos que se relacionam com as aulas la na fau.mack. É certamente o menos visitado, pois os reais interessados, bem, não se interessam. Sei bem como é ;-(.
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Há o MyMeMine, o mais egoblog de todos, em que qualquer coisa tá valendo, de trutas a velejos a previsões do tempo e pesquisas espaciais.
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Há um meio precário, quase abandonado, em que coloco assuntos que surgem da minha vivência profissional, meio marketeiro, e que será substituido em algumas semanas, aleluia, oxalá e quiçá, pelo site do arquitetos.com
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Por enquanto, então, são três e meio blogs...
Claro que alguns assuntos transpassam os limites de um e outro e acabam sendo postados neste e naquele. Isso tem causado o aumento no número de visitas e leituras em torno de 100 porcento. Sério. Quando posto em dois dos blogs, os leitores sobem de um para dois, às vezes de um para três !
Mas este aqui, nosso fau no ar, tá meio murcho. As penumbrosas aparecem meio raramente. Preferem o contato imediato do msn [ tendo já abandonado o yahoo messenger ].
Losotros vão bem e obrigado de yahoo group, o freqüentado fauusp1984.
E então ? Fechamos ou não fechamos ?
quinta-feira, fevereiro 03, 2005
1. O Tesouro da Família Cheveteer
[ Upon assignment by Paulo Vidal ]
O sol entrava pelas frestas do teto retrátil da sala de descanso da sauna e tornava o local extremamente agradável. A música suave e o aroma de eucaliptos completava o clima zen do enorme salão da cobertura triplex, que tinha uma deslumbrante vista para o mar azul do Rio de Janeiro. Marcel estava deitado em uma das cadeiras espreguiçadeiras e tinha uma toalha úmida nos olhos. Vestia um enorme roupão branco que deixava vislumbrar parte do seu corpo bronzeado. No bolso do roupão, as iniciais "MYC" estavam bordadas em dourado.
Sem mexer o rosto e sem se levantar, Marcel pegou o telefone sem fio apalpando a mesa lateral. Apertou um dos números da memória.
- Kika? É você?
- Falaí ô Coquito... – respondeu a moça, palitando os dentes - Estou na copa, Cók´s.
- Olha como fala. Já disse um milhão de vezes para não me chamar assim. Onde está August? – perguntou Marcel, irritado.
- Na biblioteca, ô meu – a moça respondeu, bufando.
- Ufa. Está envolvido com aquelas “poesias” de novo? – Marcel suspirou – Eu não acredito...
- Quer que eu chame o cara? – perguntou Kika.
- Sim, peça para ele vir aqui. E peça a Tony trazer todas as pastas do dossiê 69 – o homem completou, ainda sem se mexer – Inclusive aquelas com os comentários do advogado e dos detetives.
- Falô, beleza, “senhor Gemada” – respondeu a moça, irônica.
- Kika – o homem suspirou – Nunca meia me chame assim, entendeu? Nunca mais! "Gemada" ou "Coquito" morreram. Morreram! – desabafou o homem, desligando o telefone.
Ainda com a toalha no rosto, Marcel colocou o telefone ao lado e respirou fundo. Como era difícil ensinar Francis Drake, a sua Kika, a ser fina, chique, elegante, pensou o Marcel, desanimado. Talvez fosse impossível. Uma moça que viveu no meio de tantos homens, que passou por tantos portos e que correu o mundo num barco talvez nunca conseguisse ter outra linguagem. Kika falava para se defender, era uma língua que a protegia, que estava arraigada na sua vida. A moça era fidelíssima e muito amiga de Marcel, mas irredutível quando resolvia ser turrona. Não deixara Marcel trocar seus documentos e nem seu nome, não concordou em mudar o estilo do seu guarda roupa, não topou ser ruiva e nem concordou em fazer plástica. Só topou ser chamada pelo apelido da infância ao invés do seu nome: Kika.
Marcel não entendeu nada. Qualquer mulher daria pulos de alegria de receber um guarda roupa novo, uma plástica grátis e horas e horas de cabeleireiro. Mas ela não. A marinheira capitã Kika bateu o pé e disse um enorme não. Ficou irritada e brava com o autoritarismo de Marcel, que achava que tudo deveria ser do modo que ele resolvia, e ameaçou ir embora dali e não trabalhar mais com ele. Ela não ia ceder aos caprichos do homem só porque ele era milionário. Não ia mudar completamente de vida, oras. Gostava de ser loira, de usar suas roupas de ginástica, gostava de sua pele bronzeada e do seu nome, que era o mesmo de sua avó, Francisca Cheveteer.
Francis morou parte da sua infância com a avó, uma religiosa fervorosa, no sul do Brasil. Como a senhora tinha a saúde muito fraca, um dia adoeceu e acabou morrendo. A última pessoa que a viu com vida foi sua neta Francis, filha do seu filho mais velho, um marinheiro também viúvo, Cláudio. Francis e a avó eram muito unidas, e depois da morte da mãe a avó passou a cuidar da menina.
Dona Chica, a avó de Francis, agonizou durante semanas. Na hora da morte a velha senhora segredou à menina, no pé do ouvido, algumas palavras desconexas. Falou de um tesouro, das jóias da família, de uma arca enterrada, de uma garrafa de ouro, de Varsóvia, do mar Cáspio, de três coqueiros, os bronzes polidos, o milagre, o milagre, as moedas, a garrafa de ouro, o milagre da garrafa... a pequena Francis não compreendeu nada. Apenas esperou a chegada do pai e disse a ele que a avó falou sobre um tesouro numa ilha.
Ele entendeu na hora do que se tratava: era o tesouro da família. O homem ficou apavorado, segurou a menina com força e a ameaçou: ela não poderia contar aquilo a nenhuma pessoa, senão ele acabaria com a vida dela. O Capitão Cláudio Chevetter ficou atônito e só pensava na arca com o tesouro da família, enterrado pelo seu pai, o temível e terrível Capitão Katinsqui Cheveteer, o pior e mais perigoso pirata dos doze mares.
Rezava a lenda que o Capitão Katinsqui, pai de de Cláudio e avô de Francis, na ânsia de salvar a fortuna da família de perigosos bandidos e vilões, enterrou o tesouro numa ilha secreta. Anos depois morreu numa batalha, sem contar a ninguém onde colocou a fortuna. O filho Cláudio, na época apenas um marinheiro, procurou feito um louco a arca, mas não achou e deu por perdido o tesouro. Jamais imaginaria que sua mãe soubesse de tudo e que pudesse guardar esse segredo por tantos anos. E agora era Francis que sabia de tudo.
A sua pequena Francis.
O Capitão Cláudio achou que ia ficar rico rapidamente, mas as coisas não aconteceram como ele queria. A menina ficou assustada com tudo que houve e emudeceu. Não conseguia falar ou se comunicar com o pai, tampouco repetir para ele as palavras da avó. Ele berrou e urrou com ela, mas a cada grito do homem a garotinha se calava mais. O Capitão desistiu, e depois do enterro da mãe, avisou para a menina que ela iria com ele e que moraria no seu barco. Não importava que Francis fosse uma garotinha loirinha e frágil, nem que tivesse que estudar, nem que ambiente de um barco cheio de marinheiros e piratas não fosse apropriado para ela. Ela iria com ele porque ela tinha o segredo, e ele queria esse segredo.
O Capitão detestava crianças, e ainda mais meninas. Tratava a garotinha com desprezo e requintes de crueldade. Francis trancava-se cada vez mais no seu silêncio e não dizia uma única palavra. Sabia que, depois que contasse o segredo, o pai a descartaria como um caroço de fruta, e resolveu que não falaria nada.
O pai desesperava-se. O que tinha aquela menina? Será que era normal? Tentara de tudo: bater, berrar, insistir, embebedar, sacudir, implorar, assustar, e nada. Francis simplesmente o olhava com um olhar de desprezo. A menina jurou que nunca ia falar ao pai o que sabia e assim o fez. Capitão Claudio desistiu, achando que ela tivera amnésia.
Depois de vinte anos, o Capitão foi aprisionado por um outro pirata, pertencente a um outro partido político marítimo, o Capitão Castelinho. Foi torturado e cruelmente assassinado pelos capangas do homem, que o jogaram vivo aos tubarões.
Francis já tinha vinte e oito anos quando o pai morreu. Resolveu largar o barco e estudar. Tentou vários cursos e faculdades, sem sucesso. Não gostava daquilo, e depois de cinco anos desistiu da terra firme e voltou para seus mares. Mas resolveu usar outro nome: Francis Drake. O seu lugar era ali, no meio dos homens e dos peixes, enfrentando tempestades, puxando velas, no meio da maresia; mas preferiu não usar o nome da família por questão de segurança. Tinha medo dos inimigos de seu pai.
Colocou na cabeça que teria que achar o tesouro para poder comprar sua própria embarcação. Depois de mais vinte anos, Francis já tinha pensado, estudado e remoído as palavras da avó e sabia muito bem onde estava a tal arca.
Foi muito fácil achar a ilha, o três coqueiros e o tal do mar “Cáspio” (que de mar não tinha nada). Era apenas era uma bangalô que vendia coco gelado e milho verde na beira da praia, na ilha de Florianópolis. Quando chegou ao local, ao lado dos três coqueiros, Francis teve vontade de rir: enfim entendeu o que significava a palavra “Varsóvia” que fora dita na charada da avó. Walson, ou “Varso”, era o nome do dono da barraca de coco, que passava os dias assoviando. Walson assoviando! Ora, ora, pensou a moça, olhando o rapaz, sorrindo e planejando voltar a noite para desenterrar a sua arca.
Ficou um tanto decepcionada com o que encontrou lá dentro. Esperava encontrar muito mais ouro e jóias. Porém não havia do que reclamar. Com o dinheiro, a moça pode comprar um belíssimo barco e montou uma pequena tripulação. Fazia trabalhos esporádicos, ora levando turistas para passeios, ora participando de regatas, ora pescando. Tudo correu muito bem até o dia que todo seu dinheiro acabou e Francis viu que teria que tomar uma atitude quanto a isso: o barco precisava de uma revisão, ela tinha contas e impostos a pagar e o preço do combustível estava lá nas alturas.
A moça entrou no seu quarto e abriu a arca novamente. Nada. Só sobrara uma estranha garrafa de ouro, sem nenhum tipo de ornamento e bem antiga. Que seria aquilo? Francis pensou em vender a peça, mas teve pena de se desfazer da última lembrança da família. Segurou a garrafa na mão e suspirou. Como ia fazer para sobreviver?
Arrasada, a moça colocou o barco a venda para saldar as dívidas. Foi quando apareceu Gemada, seu colega de faculdade, que Francis tinha reencontrado no ano anterior numa festa de alguns colegas na Itália.
Gemada, ou Marcel, como ele se apresentou na ocasião, era um homem de muitos negócios escusos. Embora estivesse solto e circulando livremente, o homem era um ex-criminoso, ex-traficante e ex-bandido, provavelmente em liberdade condicional. O que ele queria com ela? Marcel foi muito claro e objetivo.
- Preciso de um bom barco, Francis. E de alguém que saiba dirigi-lo. Conhece alguém?
- Quer que eu faça isso? – Francis animou-se – O meu barco está a venda.
Marcel sorriu. Comprar o barco de Francis? Mas aquilo era perfeito! E tê-la ao lado seria excelente. Era exatamente o que precisava!
- Francis, vamos fazer uma parceria. Você será minha assistente-marinheira- capitã. Topa?
- Eu? Como assim? – espantou-se a moça, que não estava entendendo nada.
Marcel explicou. Há um ano iniciara um novo negócio que estava indo maravilhosamente bem. Estava montando uma equipe para trabalhar, e precisaria de um bom barco para transportes confidenciais. Francis topou na hora. Seria excelente continuar trabalhando no seu barco e além de tudo ainda ganhar um salário. Nem pensou duas vezes para dizer ao colega Marcel - Gemada que topava.
Ele chamou Francis ao seu escritório no Rio de Janeiro para conversarem a respeito do trabalho. A moça assustou-se com o tamanho do local, no último andar de um modernérrimo edifício neoclássico no centro de Rio. “Stalk Participações Ltda”, era o nome gravado em dourado na porta de vidro na entrada do hall de elevadores. Era um escritório imenso, austero e imponente. Mas... que tipo de “negócios” que o perigoso Gemada fazia ali? Foi atendida por uma senhora estranha, já idosa, que se identificou como Hannah, secretária de Marcel. A mulher, carrancuda, pouco falou, encaminhando Francis até uma sala no final do corredor. Na porta, os dizeres “Sir Yorkman Cock, president”.
“Sir... o quê? Presidente?”, espantou-se Francis, “... onde Gemada arrumou tanto dinheiro?”, pensou a moça.
Gemada, ou Marcel, entrou em seguida na sala, seguido por Montagna, que foi apresentado como “August” e Ovomalta, que tinha o nome de “Tony”. Os dois homens estavam elegantes, barbeados e incrivelmente bem vestidos. Era possível sentir o cheiro das colônias pós-barba que usavam. Mas o que era aquilo?
Depois das apresentações, August pigarreou, acendeu um charuto e explicou. Ele e Marcel Yorkman Cock montaram uma empresa de importação e exportação que ia de vento em popa. Pretendiam esquecer o passado, trabalhar honestamente e estavam montando uma equipe de confiança. Não podiam chamar qualquer pessoa, pois como Francis sabia, os dois infelizmente tinham um passado bastante desafortunado. Por isso trocaram de identidade: agora eram executivos vindos da Inglaterra. Ela, caso topasse trabalhar com eles, teria que fazer o mesmo.
Francis teve vontade de rir. Trocar de identidade? Que coisa mais ridícula, pensou, rindo.
Mas Marcel e August falavam sério, e Francis percebeu que estava numa enrascada. Ela já sabia do segredo deles, e sendo assim, ou topava entrar ou... Francis concordou, afinal, vivera a vida toda no meio de homens perigosos. Deu de ombros e concordou, mas insistiu que teria antes que falar com seu advogado, Beto Azeitona.
- Beto Azeitona? – perguntou Marcel – Você conhece o Betão Azeitona?
- Sim – falou Francis – você também?
- Sim, claro – disse Marcel, sorrindo – Ele que nos assessora aqui na empresa! Vê, Francis? Estamos todos em casa!
O trabalho era fácil. Francis, o Kika Cheveteer (como Marcel insistia em chamá-la), quando estava no Rio, passava metade do tempo no porto, cuidando do barco, chamado “Rainha do Cáspio”, e a outra metade no escritório, pegando os documentos e encomendas que deveriam ser despachados. Nunca quis saber o que havia naqueles envelopes e o que acontecia atrás das paredes de vidro da sala de reunião. Estava satisfeita com a vida que levava.
Embora Marcel tivesse insistido para que ela morasse com ele na sua cobertura em São Conrado, Kika não aceitou. Moraria no "Rainha". Preferia que seu relacionamento com seu amigo e patrão fosse somente profissional. Aliás, Francis não gostava da idéia de ter uma vida amorosa com ninguém. Como tivera uma vida muito complicada e tivera que batalhar muito para viver sozinha, acostumara-se assim. Sentia falta de ter um amor na sua vida, mas sempre que se apaixonava por algum homem Francis fugia. Não podia perder o controle de sua vida.
Naquele, um domingo, Kika estava no apartamento de Marcel para entregar uns documentos. Estava na sala de almoço, comendo um lanche rápido quando ele a chamou. A moça respirou fundo, levantou-se e foi ate a biblioteca, no primeiro andar do apartamento, para chamar August.
[ repost de email recebido do delegado, em ilhabela ]
[ aproveito para deixar meus parabéns a Kika, Francis Drake e Fran ]
O sol entrava pelas frestas do teto retrátil da sala de descanso da sauna e tornava o local extremamente agradável. A música suave e o aroma de eucaliptos completava o clima zen do enorme salão da cobertura triplex, que tinha uma deslumbrante vista para o mar azul do Rio de Janeiro. Marcel estava deitado em uma das cadeiras espreguiçadeiras e tinha uma toalha úmida nos olhos. Vestia um enorme roupão branco que deixava vislumbrar parte do seu corpo bronzeado. No bolso do roupão, as iniciais "MYC" estavam bordadas em dourado.
Sem mexer o rosto e sem se levantar, Marcel pegou o telefone sem fio apalpando a mesa lateral. Apertou um dos números da memória.
- Kika? É você?
- Falaí ô Coquito... – respondeu a moça, palitando os dentes - Estou na copa, Cók´s.
- Olha como fala. Já disse um milhão de vezes para não me chamar assim. Onde está August? – perguntou Marcel, irritado.
- Na biblioteca, ô meu – a moça respondeu, bufando.
- Ufa. Está envolvido com aquelas “poesias” de novo? – Marcel suspirou – Eu não acredito...
- Quer que eu chame o cara? – perguntou Kika.
- Sim, peça para ele vir aqui. E peça a Tony trazer todas as pastas do dossiê 69 – o homem completou, ainda sem se mexer – Inclusive aquelas com os comentários do advogado e dos detetives.
- Falô, beleza, “senhor Gemada” – respondeu a moça, irônica.
- Kika – o homem suspirou – Nunca meia me chame assim, entendeu? Nunca mais! "Gemada" ou "Coquito" morreram. Morreram! – desabafou o homem, desligando o telefone.
Ainda com a toalha no rosto, Marcel colocou o telefone ao lado e respirou fundo. Como era difícil ensinar Francis Drake, a sua Kika, a ser fina, chique, elegante, pensou o Marcel, desanimado. Talvez fosse impossível. Uma moça que viveu no meio de tantos homens, que passou por tantos portos e que correu o mundo num barco talvez nunca conseguisse ter outra linguagem. Kika falava para se defender, era uma língua que a protegia, que estava arraigada na sua vida. A moça era fidelíssima e muito amiga de Marcel, mas irredutível quando resolvia ser turrona. Não deixara Marcel trocar seus documentos e nem seu nome, não concordou em mudar o estilo do seu guarda roupa, não topou ser ruiva e nem concordou em fazer plástica. Só topou ser chamada pelo apelido da infância ao invés do seu nome: Kika.
Marcel não entendeu nada. Qualquer mulher daria pulos de alegria de receber um guarda roupa novo, uma plástica grátis e horas e horas de cabeleireiro. Mas ela não. A marinheira capitã Kika bateu o pé e disse um enorme não. Ficou irritada e brava com o autoritarismo de Marcel, que achava que tudo deveria ser do modo que ele resolvia, e ameaçou ir embora dali e não trabalhar mais com ele. Ela não ia ceder aos caprichos do homem só porque ele era milionário. Não ia mudar completamente de vida, oras. Gostava de ser loira, de usar suas roupas de ginástica, gostava de sua pele bronzeada e do seu nome, que era o mesmo de sua avó, Francisca Cheveteer.
Francis morou parte da sua infância com a avó, uma religiosa fervorosa, no sul do Brasil. Como a senhora tinha a saúde muito fraca, um dia adoeceu e acabou morrendo. A última pessoa que a viu com vida foi sua neta Francis, filha do seu filho mais velho, um marinheiro também viúvo, Cláudio. Francis e a avó eram muito unidas, e depois da morte da mãe a avó passou a cuidar da menina.
Dona Chica, a avó de Francis, agonizou durante semanas. Na hora da morte a velha senhora segredou à menina, no pé do ouvido, algumas palavras desconexas. Falou de um tesouro, das jóias da família, de uma arca enterrada, de uma garrafa de ouro, de Varsóvia, do mar Cáspio, de três coqueiros, os bronzes polidos, o milagre, o milagre, as moedas, a garrafa de ouro, o milagre da garrafa... a pequena Francis não compreendeu nada. Apenas esperou a chegada do pai e disse a ele que a avó falou sobre um tesouro numa ilha.
Ele entendeu na hora do que se tratava: era o tesouro da família. O homem ficou apavorado, segurou a menina com força e a ameaçou: ela não poderia contar aquilo a nenhuma pessoa, senão ele acabaria com a vida dela. O Capitão Cláudio Chevetter ficou atônito e só pensava na arca com o tesouro da família, enterrado pelo seu pai, o temível e terrível Capitão Katinsqui Cheveteer, o pior e mais perigoso pirata dos doze mares.
Rezava a lenda que o Capitão Katinsqui, pai de de Cláudio e avô de Francis, na ânsia de salvar a fortuna da família de perigosos bandidos e vilões, enterrou o tesouro numa ilha secreta. Anos depois morreu numa batalha, sem contar a ninguém onde colocou a fortuna. O filho Cláudio, na época apenas um marinheiro, procurou feito um louco a arca, mas não achou e deu por perdido o tesouro. Jamais imaginaria que sua mãe soubesse de tudo e que pudesse guardar esse segredo por tantos anos. E agora era Francis que sabia de tudo.
A sua pequena Francis.
O Capitão Cláudio achou que ia ficar rico rapidamente, mas as coisas não aconteceram como ele queria. A menina ficou assustada com tudo que houve e emudeceu. Não conseguia falar ou se comunicar com o pai, tampouco repetir para ele as palavras da avó. Ele berrou e urrou com ela, mas a cada grito do homem a garotinha se calava mais. O Capitão desistiu, e depois do enterro da mãe, avisou para a menina que ela iria com ele e que moraria no seu barco. Não importava que Francis fosse uma garotinha loirinha e frágil, nem que tivesse que estudar, nem que ambiente de um barco cheio de marinheiros e piratas não fosse apropriado para ela. Ela iria com ele porque ela tinha o segredo, e ele queria esse segredo.
O Capitão detestava crianças, e ainda mais meninas. Tratava a garotinha com desprezo e requintes de crueldade. Francis trancava-se cada vez mais no seu silêncio e não dizia uma única palavra. Sabia que, depois que contasse o segredo, o pai a descartaria como um caroço de fruta, e resolveu que não falaria nada.
O pai desesperava-se. O que tinha aquela menina? Será que era normal? Tentara de tudo: bater, berrar, insistir, embebedar, sacudir, implorar, assustar, e nada. Francis simplesmente o olhava com um olhar de desprezo. A menina jurou que nunca ia falar ao pai o que sabia e assim o fez. Capitão Claudio desistiu, achando que ela tivera amnésia.
Depois de vinte anos, o Capitão foi aprisionado por um outro pirata, pertencente a um outro partido político marítimo, o Capitão Castelinho. Foi torturado e cruelmente assassinado pelos capangas do homem, que o jogaram vivo aos tubarões.
Francis já tinha vinte e oito anos quando o pai morreu. Resolveu largar o barco e estudar. Tentou vários cursos e faculdades, sem sucesso. Não gostava daquilo, e depois de cinco anos desistiu da terra firme e voltou para seus mares. Mas resolveu usar outro nome: Francis Drake. O seu lugar era ali, no meio dos homens e dos peixes, enfrentando tempestades, puxando velas, no meio da maresia; mas preferiu não usar o nome da família por questão de segurança. Tinha medo dos inimigos de seu pai.
Colocou na cabeça que teria que achar o tesouro para poder comprar sua própria embarcação. Depois de mais vinte anos, Francis já tinha pensado, estudado e remoído as palavras da avó e sabia muito bem onde estava a tal arca.
Foi muito fácil achar a ilha, o três coqueiros e o tal do mar “Cáspio” (que de mar não tinha nada). Era apenas era uma bangalô que vendia coco gelado e milho verde na beira da praia, na ilha de Florianópolis. Quando chegou ao local, ao lado dos três coqueiros, Francis teve vontade de rir: enfim entendeu o que significava a palavra “Varsóvia” que fora dita na charada da avó. Walson, ou “Varso”, era o nome do dono da barraca de coco, que passava os dias assoviando. Walson assoviando! Ora, ora, pensou a moça, olhando o rapaz, sorrindo e planejando voltar a noite para desenterrar a sua arca.
Ficou um tanto decepcionada com o que encontrou lá dentro. Esperava encontrar muito mais ouro e jóias. Porém não havia do que reclamar. Com o dinheiro, a moça pode comprar um belíssimo barco e montou uma pequena tripulação. Fazia trabalhos esporádicos, ora levando turistas para passeios, ora participando de regatas, ora pescando. Tudo correu muito bem até o dia que todo seu dinheiro acabou e Francis viu que teria que tomar uma atitude quanto a isso: o barco precisava de uma revisão, ela tinha contas e impostos a pagar e o preço do combustível estava lá nas alturas.
A moça entrou no seu quarto e abriu a arca novamente. Nada. Só sobrara uma estranha garrafa de ouro, sem nenhum tipo de ornamento e bem antiga. Que seria aquilo? Francis pensou em vender a peça, mas teve pena de se desfazer da última lembrança da família. Segurou a garrafa na mão e suspirou. Como ia fazer para sobreviver?
Arrasada, a moça colocou o barco a venda para saldar as dívidas. Foi quando apareceu Gemada, seu colega de faculdade, que Francis tinha reencontrado no ano anterior numa festa de alguns colegas na Itália.
Gemada, ou Marcel, como ele se apresentou na ocasião, era um homem de muitos negócios escusos. Embora estivesse solto e circulando livremente, o homem era um ex-criminoso, ex-traficante e ex-bandido, provavelmente em liberdade condicional. O que ele queria com ela? Marcel foi muito claro e objetivo.
- Preciso de um bom barco, Francis. E de alguém que saiba dirigi-lo. Conhece alguém?
- Quer que eu faça isso? – Francis animou-se – O meu barco está a venda.
Marcel sorriu. Comprar o barco de Francis? Mas aquilo era perfeito! E tê-la ao lado seria excelente. Era exatamente o que precisava!
- Francis, vamos fazer uma parceria. Você será minha assistente-marinheira- capitã. Topa?
- Eu? Como assim? – espantou-se a moça, que não estava entendendo nada.
Marcel explicou. Há um ano iniciara um novo negócio que estava indo maravilhosamente bem. Estava montando uma equipe para trabalhar, e precisaria de um bom barco para transportes confidenciais. Francis topou na hora. Seria excelente continuar trabalhando no seu barco e além de tudo ainda ganhar um salário. Nem pensou duas vezes para dizer ao colega Marcel - Gemada que topava.
Ele chamou Francis ao seu escritório no Rio de Janeiro para conversarem a respeito do trabalho. A moça assustou-se com o tamanho do local, no último andar de um modernérrimo edifício neoclássico no centro de Rio. “Stalk Participações Ltda”, era o nome gravado em dourado na porta de vidro na entrada do hall de elevadores. Era um escritório imenso, austero e imponente. Mas... que tipo de “negócios” que o perigoso Gemada fazia ali? Foi atendida por uma senhora estranha, já idosa, que se identificou como Hannah, secretária de Marcel. A mulher, carrancuda, pouco falou, encaminhando Francis até uma sala no final do corredor. Na porta, os dizeres “Sir Yorkman Cock, president”.
“Sir... o quê? Presidente?”, espantou-se Francis, “... onde Gemada arrumou tanto dinheiro?”, pensou a moça.
Gemada, ou Marcel, entrou em seguida na sala, seguido por Montagna, que foi apresentado como “August” e Ovomalta, que tinha o nome de “Tony”. Os dois homens estavam elegantes, barbeados e incrivelmente bem vestidos. Era possível sentir o cheiro das colônias pós-barba que usavam. Mas o que era aquilo?
Depois das apresentações, August pigarreou, acendeu um charuto e explicou. Ele e Marcel Yorkman Cock montaram uma empresa de importação e exportação que ia de vento em popa. Pretendiam esquecer o passado, trabalhar honestamente e estavam montando uma equipe de confiança. Não podiam chamar qualquer pessoa, pois como Francis sabia, os dois infelizmente tinham um passado bastante desafortunado. Por isso trocaram de identidade: agora eram executivos vindos da Inglaterra. Ela, caso topasse trabalhar com eles, teria que fazer o mesmo.
Francis teve vontade de rir. Trocar de identidade? Que coisa mais ridícula, pensou, rindo.
Mas Marcel e August falavam sério, e Francis percebeu que estava numa enrascada. Ela já sabia do segredo deles, e sendo assim, ou topava entrar ou... Francis concordou, afinal, vivera a vida toda no meio de homens perigosos. Deu de ombros e concordou, mas insistiu que teria antes que falar com seu advogado, Beto Azeitona.
- Beto Azeitona? – perguntou Marcel – Você conhece o Betão Azeitona?
- Sim – falou Francis – você também?
- Sim, claro – disse Marcel, sorrindo – Ele que nos assessora aqui na empresa! Vê, Francis? Estamos todos em casa!
O trabalho era fácil. Francis, o Kika Cheveteer (como Marcel insistia em chamá-la), quando estava no Rio, passava metade do tempo no porto, cuidando do barco, chamado “Rainha do Cáspio”, e a outra metade no escritório, pegando os documentos e encomendas que deveriam ser despachados. Nunca quis saber o que havia naqueles envelopes e o que acontecia atrás das paredes de vidro da sala de reunião. Estava satisfeita com a vida que levava.
Embora Marcel tivesse insistido para que ela morasse com ele na sua cobertura em São Conrado, Kika não aceitou. Moraria no "Rainha". Preferia que seu relacionamento com seu amigo e patrão fosse somente profissional. Aliás, Francis não gostava da idéia de ter uma vida amorosa com ninguém. Como tivera uma vida muito complicada e tivera que batalhar muito para viver sozinha, acostumara-se assim. Sentia falta de ter um amor na sua vida, mas sempre que se apaixonava por algum homem Francis fugia. Não podia perder o controle de sua vida.
Naquele, um domingo, Kika estava no apartamento de Marcel para entregar uns documentos. Estava na sala de almoço, comendo um lanche rápido quando ele a chamou. A moça respirou fundo, levantou-se e foi ate a biblioteca, no primeiro andar do apartamento, para chamar August.
[ repost de email recebido do delegado, em ilhabela ]
[ aproveito para deixar meus parabéns a Kika, Francis Drake e Fran ]
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