domingo, outubro 30, 2005

equipes e pessoas

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uns anos atrás, depois de particip[ar por quase um ano de uma equipe de projeto multidisciplinar na fau, primeiro ano de faculdade, dei um abort/retry/fail e recomecei tudo do zero.
Tínhamos que resolver, "integradamente", como se não fossem questões naturalmente integradas, planejamento urbano, arquitetura, paisagismo e desenho industrial para um centro comercial lá em Itaquera.
Revi a coisa toda, desenhei uns malditos blocos de concreto para ângulos em 45 graus, implantei o conjunto, estudei os gradings e escoamentos de água, as circulações e accessibilidades, enfim, a coisa toda.

Dia D, todos no salão caramelo, sentados em rodas no chão, Ermínia, Zanetinni, Félix e outros professores assistindo às apresentações das equipes, arguindo, comentando... parecia a escola ideal, o ponto de partida para um mundo de descobertas, o momento de catalização de anseios e esperanças de transformação.
E chega a minha vez, o idiota que não tinha mais equipe, trabalhou sozinho.
E o Zanetinni me vem com essa: Você fez um trabalho muito interessante, mas a política do grupo de professores privilegia o trabalho em equipe e, ademais, não há muito tempo e você não poderá apresentar seu trabalho.

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Sempre fui um pouco tímido, inseguro mesmo, e nem esbocei alguma reação.
Sentia um misto de alívio por não ter que me expor em público - o que mais tarde viria a compensar com badernas variadas....
Senti também uma certa frustração, pois todo projeto precisa de interlocução, debate, feedback.
Dias mais tarde, contemplando mínhas inúmeras notas Dez, tive a estranha percepção de que seriam essas as minhas piores notas de toda a graduação.

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Acho também que, mais impressionante do que a "quieta aquiescencia" do grupo de professores quanto a se tratar, talvez, de um bom trabalho mas, Real Politik acima de tudo, trabalhos individuais não valiam nada, foi o ensurdecedor silêncio de todos e de mim mesmo, sem resposta para aquela pequena amostra do sectarismo que predomina em grupos centrados em ideologias e não em princípios.

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Hoje, participando esporadicamente de equipes de projeto, percebo com uma clareza luminosa que, em equipes, valem os indivíduos e suas capacidades e talentos individuais.
São estes os que contribuem significativamente para o sucesso das equipes e dos projetos.

? Como podemos formar massa crítica e talentos em escala nacional, sem dar atenção individual a cada um ?

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