terça-feira, fevereiro 22, 2005

Ribolla se ausenta

Desde as últimas navegações do grupo que, em solidariedade, reuniu-se a Ribolla após a derrocada de seu pequeno império em Montalcino, uma estranha cortina de silencio pairava na zona portuária.
Os incêncios e explosões da fatídica noite em que o cargueiro chileno tentou a mais ousada operação de desembarque dumas das falsas safras de Ribolla nunca foram explicados.
Delegados e desembargadores dipararam versões conflitantes, elencaram os suspeitos habituais, freqüentaram páginas de jornais por alguns dias mas, ao fim e cabo de tudo, nada se elucidou.
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O grupo, que de início parecia fortemente unido em torno da agora discreta figura do conde, dispersou-se. O velho Dok abandonou o confortável abrigo que lhe fora oferecido no Be La.
Quanto a Ribolla, o conde, deixou sua função de garçom e sumiu.

Ouviu-se que o pequeno Rajada zarpara em direção à Johanesburg, mas não se encontrou junto à Capitania registro de sua saida. Os poucos e leais amigos do conde pareciam não saber realmente de seu paradeiro, ou o ocultavam tão zelosamente quanto seria possível...

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O habitual burburinho, tornado desnecessariamente público, de grupos rivais pressupostamente envolvidos em espionagens, trânsitos e tráficos variados, presseguiu como de costume. Todo o falatório somado aos incessantes rumores e aparições públicas de PT e demais membros da ANCUS motivou um dos mais leais e antigos colaboradores do conde. O sempre discreto edittore organizou um pequeno almoço com o pretexto de congregar antigos colegas.
A oportunidade serviria para mapear os novos relacionamentos que vinham se desenvolvendo entre a ANCUS e alguns marginais menores.
Estratégicamente, os demais colaboradores do conde não estariam presentes.
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Tendo sempre se mantido em situação aparentemente neutra, e se valendo de suas bem sucedidas relações internacionais, o edittore sabia que não receberia recusas a seu convite e, assim, naquele ensolarado sábado de verão, reuniram-se elementos das diversas facções. Ademais, como último e definitivo argumento, sua privilegiada adega, com um dos únicos estoques do verdadeiro Ribolla 9669, serviria como chamariz para os mais recalcitantes.

Como sempre, o paradeiro e o prolongado silêncio do conde dominou as conversas, causando breve constrangimento aos convivas. Duas rodadas do magnífico tinto de Montalcino puzeram fim às conversas e o que se viu, então, ultrapassou as espectativas dos dois observadores designados.

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Em breve relato enviado a Dok - este não suportava ler mais que dois parágrafos seguidos, tudo lhe entediava, nada o agradava... - os observadores elencaram apenas um ponto digno de nota: as agentes da ANCUS pareciam, agora, demasiadamente expostas e, aparentemente, despreocupadas.
Falavam abertamente de suas maquinações e não buscaram disfarçar o especial carinho que parecem manter com seu pressusposto chefe, PT.
Encerrando o breve parágrafo da nota, uma indicação sobre a autoria de um velho canto de querra, equivocadamente atribuido a um tal agente Arroz, ou Soja, não se sabe bem.

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Levemente embriagado, após um longo dia de exaustivas experiências com suas alunas adolescentes, Dok ainda encontrou forças para ler a nota. Deu de ombros e sorriu. Ele sabia que haveria ainda muito a fazer a respeito de coisa alguma...

Por fim, mesmo Dok compartilhava algo com a turba e com os alegres convivas do editore: dove cazzo meteu-se Ribolla ?

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